segunda-feira, 25 de setembro de 2023

As 63 contradições da Bíblia?




A Bíblia é um livro antigo e sagrado que tem servido como guia espiritual, moral e cultural para inúmeras pessoas ao longo dos séculos. Afirmar que este livro contém contradições pode levantar questões profundas sobre sua confiabilidade e autoridade. No entanto, é importante lembrar que a interpretação das Escrituras requer um exame cuidadoso, levando em consideração fatores como contexto histórico, cultural e linguístico. Muitas vezes, aquilo que pode parecer uma contradição à primeira vista pode ser entendido de maneira coerente quando examinado mais profundamente.

Neste artigo, exploraremos uma série de supostas contradições que foram apresentadas com o objetivo de minar a fé nas Escrituras. É importante notar que essas alegações não são novas e têm sido debatidas e discutidas ao longo da história por estudiosos, teólogos e crentes. Afirmar que a Bíblia é a Palavra de Deus implica uma crença fundamental em sua integridade e veracidade, mas também requer uma compreensão sofisticada de como interpretar textos antigos e complexos.

Nosso objetivo aqui não é apenas refutar essas supostas contradições, mas também demonstrar que, quando abordadas com uma hermenêutica apropriada e contexto adequado, elas não prejudicam a fé na inspiração divina das Escrituras. O entendimento das passagens bíblicas deve ser guiado pela reverência pela Palavra de Deus e uma busca sincera pela verdade. À medida que exploramos essas questões, confiamos que a integridade da Bíblia permanecerá intacta, fortalecendo a fé daqueles que creem na sua inspiração divina.


1. A Bíblia nos fala que toda a escritura foi inspirada por Deus (II Timóteo 3:16).

Mas em alguns trechos é negada a inspiração divina (I Coríntios 7:6;5:12) (II Coríntios 11:17).


Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

2Timóteo 3:16‭-‬17 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2ti.3.16-17.ARA


E isto vos digo como concessão e não por mandamento.

1Coríntios 7:6 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1co.7.6.ARA


Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.

1Coríntios 5:11‭-‬13 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1co.5.11-13.ARA


O que falo, não o falo segundo o Senhor, e sim como por loucura, nesta confiança de gloriar-me.

2Coríntios 11:17 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2co.11.17.ARA


A aparente contradição entre II Timóteo 3:16 e outros versículos, como I Coríntios 7:6, 5:12 e II Coríntios 11:17, pode ser esclarecida através de uma compreensão mais profunda do contexto e do propósito de cada passagem.

II Timóteo 3:16 afirma que "toda a escritura é inspirada por Deus", destacando a natureza divina da Bíblia como um todo. Isso se refere à revelação geral das Escrituras como sendo divinamente inspiradas.

Por outro lado, os versículos citados em I Coríntios e II Coríntios não negam a inspiração divina das Escrituras, mas abordam questões específicas dentro da comunidade cristã de Corinto, como questões práticas e conflitos internos. Não se referem à Bíblia em seu conjunto, mas sim a situações e conselhos específicos dados pelo apóstolo Paulo em resposta a problemas daquelas igrejas.

Em I Coríntios 7:6, Paulo está dando uma sugestão, ao invés de um mandamento. Não está dizendo que seu ensino está errado ou que não está em conformidade com a vontade do Senhor. Em I Coríntios 5:12, Paulo está dando instruções para que a igreja não esteja associada aos malfeitores, mas tome atitude e os exclua de seu meio. Ele em nenhum momento diz algo que negue a inspiração das Escrituras.

A situação em Corinto com a qual o apóstolo Paulo pretendia lidar nesse trecho de II Coríntios 11 estava relacionada à presença de falsos apóstolos e mestres que estavam influenciando negativamente os crentes em Corinto e minando a autoridade e credibilidade de Paulo como apóstolo.

Esses falsos mestres estavam difamando Paulo e questionando sua legitimidade como apóstolo, bem como seu comportamento e motivações. Eles estavam usando táticas enganosas e retórica para ganhar seguidores e minar a confiança dos coríntios em Paulo.

Paulo, sentindo a necessidade de se defender e, ao mesmo tempo, reafirmar sua autoridade apostólica, recorreu a uma estratégia temporária de jactância. Ele estava prestes a elogiar a si mesmo e suas próprias realizações, não porque acreditasse que fosse o método espiritualmente ideal, mas porque considerava necessário para refutar as acusações e a influência dos falsos mestres.

Portanto, o contexto em que Paulo estava escrevendo esse trecho era de conflito e divisão na igreja de Corinto, com a presença de líderes falsos que desafiavam sua autoridade e minavam a estabilidade espiritual da comunidade cristã local. O discurso de jactância de Paulo fazia parte de sua estratégia para abordar essa situação específica e reafirmar sua posição como apóstolo e seu compromisso com o evangelho genuíno.

Em resumo, a aparente contradição pode ser resolvida entendendo que II Timóteo 3:16 se refere à Bíblia como um todo, enquanto os versículos em I Coríntios e II Coríntios tratam de assuntos contextuais dentro das igrejas primitivas. Isso não nega a inspiração divina das Escrituras, mas destaca a abordagem prática e pastoral de Paulo para resolver problemas locais.


2. Os Gigantes existiam antes da inundação (Gênesis 6:4).

Somente Noé, sua família, e os animais da Arca sobreviveram ? inundação (Gênesis 7:23).

Mesmo depois da Inundação os gigantes continuaram existindo (Números 13:33).


Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade.

Gênesis 6:4 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.6.4.ARA


Assim, foram exterminados todos os seres que havia sobre a face da terra; o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus foram extintos da terra; ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.

Gênesis 7:23 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.7.23.ARA


E, diante dos filhos de Israel, infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos de Anaque são descendentes de gigantes), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos.

Números 13:32‭-‬33 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/num.13.32-33.ARA


É importante destacar que os "gigantes" em Gênesis 6:4 podem ser entendidos como pessoas com características físicas notáveis, como grande estatura e força, mas não necessariamente como seres sobrenaturais. Vários eruditos bíblicos defendem esse ponto de vista. Portanto, não é uma contradição se pessoas com características de "gigantes" continuaram a existir após a inundação, como mencionado em Números 13:33.

Após a inundação, a Bíblia sugere que a humanidade se espalhou e deu origem a diferentes povos e grupos étnicos. É possível que algumas dessas linhagens tenham preservado características físicas notáveis, como grande estatura, e foram posteriormente descritas como "gigantes" em Números 13:33.

Outra possibilidade, também defendida por vários eruditos bíblicos, é que a reputação dos "varões de renome" mencionados em Gênesis 6:4 pode ter sido devido à sua violência e domínio sobre outros, não apenas à sua estatura física. Portanto, a notoriedade de alguns indivíduos por sua violência e habilidades em combate pode ter continuado após a inundação, como sugere Números 13:33. Essa explicação é provável porque o contexto se refere à corrupção do gênero humano e o motivo pelo qual Deus decidiu enviar uma grande inundação para destruir aquelas pessoas.

Essas são algumas formas de harmonizar os textos, considerando que os "gigantes" não precisam ser interpretados como seres sobrenaturais, mas como pessoas com características físicas notáveis ou reputações de violência. Isso permite uma interpretação mais coesa dos versículos em questão.


3. Deus diz para Noé que tudo o que se move e tem vida servirá de alimento para ele, e também toda a vegetação. Só não poderá comer da carne ainda com vida, ou seja, com sangue (Gênesis 9:3-4).

Deus diz que nem todos os animais podem ser consumidos (Deuteronômio 14:7-20).


Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.

Gênesis 9:3‭-‬4 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.9.3-4.ARA


Não comereis coisa alguma abominável. São estes os animais que comereis: o boi, a ovelha, a cabra, o veado, a gazela, a corça, a cabra montês, o antílope, a ovelha montês e o gamo. Todo animal que tem unhas fendidas, e o casco se divide em dois, e rumina, entre os animais, isso comereis. Porém estes não comereis, dos que somente ruminam ou que têm a unha fendida: o camelo, a lebre e o arganaz, porque ruminam, mas não têm a unha fendida; imundos vos serão. Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será. Destes não comereis a carne e não tocareis no seu cadáver. Isto comereis de tudo o que há nas águas: tudo o que tem barbatanas e escamas. Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não o comereis; imundo vos será. Toda ave limpa comereis. Estas, porém, são as que não comereis: a águia, o quebrantosso, a águia marinha, o açor, o falcão e o milhano, segundo a sua espécie; e todo corvo, segundo a sua espécie; o avestruz, a coruja, a gaivota e o gavião, segundo a sua espécie; o mocho, a íbis, a gralha, o pelicano, o abutre, o corvo marinho, a cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego. Também todo inseto que voa vos será imundo; não se comerá. Toda ave limpa comereis. Não comereis nenhum animal que morreu por si. Podereis dá-lo ao estrangeiro que está dentro da tua cidade, para que o coma, ou vendê-lo ao estranho, porquanto sois povo santo ao Senhor, vosso Deus. Não cozerás o cabrito no leite da sua própria mãe.

Deuteronômio 14:3‭-‬21 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.14.3-21.ARA


A aparente contradição entre Gênesis 9:3-4 e as instruções detalhadas sobre animais permitidos e proibidos em Deuteronômio 14:7-20 pode ser harmonizada levando em consideração os seguintes pontos:

 • Revelação Progressiva: O entendimento de Deus e Suas instruções para a humanidade podem ter evoluído ao longo do tempo. Em Gênesis 9:3-4, após o dilúvio, Deus permite a Noé e sua família comer carne de animais com a restrição de não consumir carne com sangue, o que pode ter sido uma concessão após a drástica mudança nas circunstâncias após o dilúvio.

 • Leis Alimentares para Israel: As instruções detalhadas sobre alimentos em Deuteronômio 14 foram dadas especificamente ao povo de Israel, em um contexto diferente, muitos séculos após o dilúvio de Noé. Essas leis alimentares tinham propósitos simbólicos e éticos, que envolviam a separação de Israel das nações vizinhas e a promoção de comportamento ético.

 • Contexto Cultural e Simbólico: As leis alimentares em Deuteronômio 14 tinham significados simbólicos profundos e estavam relacionadas à identidade e à ética do povo de Israel. Eles não eram aplicáveis a toda a humanidade, como as instruções dadas a Noé após o dilúvio.

Portanto, não há uma contradição real entre esses textos quando consideramos o contexto, a evolução da revelação divina e os propósitos específicos das leis alimentares para Israel. As instruções a Noé e sua família após o dilúvio eram direcionadas a eles em um contexto diferente do que as leis alimentares posteriormente dadas aos israelitas como parte de sua identidade e ética distintas.


4. Toda a terra tinha uma só língua e as mesmas palavras, até que Deus criou vários idiomas diferentes, fazendo com que ninguém entendesse um ao outro (Gênesis 11:1,6-9).

Anterior a isto, a Bíblia fala de diversas nações, cada um com sua própria língua (Gênesis 10:5).


Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam; e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro. Destarte, o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra; e cessaram de edificar a cidade. Chamou-se-lhe, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela.

Gênesis 11:5‭-‬9 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.11.5-9.ARA


São estas as gerações dos filhos de Noé, Sem, Cam e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio. Os filhos de Jafé são: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras. Os filhos de Gomer são: Asquenaz, Rifate e Togarma. Os de Javã são: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim. Estes repartiram entre si as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, em suas nações.

Gênesis 10:1‭-‬5 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.10.1-5.ARA


A aparente contradição entre Gênesis 10:5 e Gênesis 11:1 pode ser resolvida considerando a seguinte sequência de eventos:

Em Gênesis 10, menciona-se a descendência de Noé (Cam, Sem e Jafé) e suas respectivas tribos ou nações. Nesse estágio, essas tribos provavelmente tinham seus próprios dialetos ou línguas, mas ainda havia uma capacidade geral de comunicação entre elas. A diversidade linguística entre as tribos não era tão pronunciada a ponto de impedir a compreensão mútua.

Em Gênesis 11:1, a narrativa recua um pouco no tempo, antes de Deus confundir a língua dos homens na construção da Torre de Babel. Nesse ponto, toda a humanidade vivia em uma área geográfica relativamente pequena, e havia uma única língua comum entre eles. O versículo 11:1 descreve essa condição pré-Babel.

Gênesis 11:6-9 descreve o evento da Torre de Babel, onde Deus confunde a língua dos construtores, criando várias línguas diferentes. Isso resulta na dispersão da humanidade em diferentes regiões da terra, cada uma com sua própria língua recém-formada.

Portanto, não há contradição real aqui. Gênesis 10:5 menciona a diversidade linguística entre as tribos após a dispersão das nações, enquanto Gênesis 11:1 se refere à condição pré-Babel, quando havia uma única língua comum entre a humanidade. A confusão linguística ocorreu como resultado direto do evento da Torre de Babel, conforme descrito em Gênesis 11:6-9.


5. Deus admitiu que Ele é a causa da surdez e da cegueira (Êxodo 4:11).

Contudo, Deus não aflige os homens por vontade própria (Lamentações 3:33).


Então, disse Moisés ao Senhor: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloquente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua. Respondeu-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.

Êxodo 4:10‭-‬12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.4.10-12.ARA


Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade. Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele; ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança. Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta. O Senhor não rejeitará para sempre; pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias; porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens.

Lamentações 3:27‭-‬33 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/lam.3.27-33.ARA


Os versículos de Êxodo 4:11 e Lamentações 3:33 podem ser reconciliados ao considerar o contexto e a natureza das afirmações em cada um deles:

Êxodo 4:11: Nesse verso, Deus está respondendo a Moisés, que está preocupado com sua própria inadequação para falar diante de Faraó. Deus declara que Ele é o criador de todas as capacidades humanas, incluindo a capacidade de ouvir, falar, ver e também a capacidade de ser mudo ou surdo. Aqui, Deus está afirmando Seu controle sobre a natureza humana e as limitações físicas das pessoas.

Lamentações 3:33: Este verso está dentro do contexto do sofrimento humano e da disciplina divina. O autor de Lamentações reconhece que, embora Deus permita aflições e sofrimentos, Ele não faz isso de bom grado ou com prazer. Em vez disso, Ele age com compaixão e misericórdia, e não aflige ou entristece os filhos dos homens de propósito.

Portanto, não há uma contradição real entre esses versículos. Em Êxodo 4:11, Deus está enfatizando Sua soberania como Criador de todas as capacidades humanas, enquanto em Lamentações 3:33, o foco está na compaixão de Deus em meio ao sofrimento humano e na promessa de que Ele não rejeitará para sempre. Ambos os versículos abordam aspectos diferentes do relacionamento entre Deus e a humanidade.



6. Deus envia Moisés para o Egito resgatar os filhos de Israel (Êxodo 3:10. 4:19-23).

No caminho, Deus ameaçou Moisés de morte. (Êxodo 4:24-26). Não proveu de explicação.


Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.

Êxodo 3:10 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.3.10.ARA

Disse também o Senhor a Moisés, em Midiã: Vai, torna para o Egito, porque são mortos todos os que procuravam tirar-te a vida. Tomou, pois, Moisés a sua mulher e os seus filhos; fê-los montar num jumento e voltou para a terra do Egito. Moisés levava na mão o bordão de Deus. Disse o Senhor a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo. Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito.

Êxodo 4:19‭-‬23 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.4.19-23.ARA

Estando Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou-o o Senhor e o quis matar. Então, Zípora tomou uma pedra aguda, cortou o prepúcio de seu filho, lançou-o aos pés de Moisés e lhe disse: Sem dúvida, tu és para mim esposo sanguinário. Assim, o Senhor o deixou. Ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão.

Êxodo 4:24‭-‬26 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.4.24-26.ARA


Os textos em Êxodo 3:10, 4:19-23 e 4:24-26 não representam uma contradição, mas uma sequência de eventos que podem ser compreendidos da seguinte maneira:

Em Êxodo 3:10, Deus chama Moisés para a missão de liderar os filhos de Israel à libertação do Egito. Ele é comissionado por Deus para essa tarefa.

Em Êxodo 4:19-23, Deus instrui Moisés sobre o que ele deve fazer no Egito, e Deus afirma que Ele endurecerá o coração de Faraó. Esta é uma parte do plano divino para demonstrar Seu poder e realizar Sua vontade através das pragas e milagres no Egito.

Em Êxodo 4:24-26, ocorre um incidente enigmático no caminho para o Egito. Deus ameaça Moisés de morte, mas a Bíblia não fornece detalhes específicos sobre essa ameaça. No entanto, é importante notar que, conforme explicado anteriormente, isso pode estar relacionado ao fato de que Moisés não havia circuncidado seu filho, um requisito importante da aliança entre Deus e os descendentes de Abraão.

Zípora, a esposa de Moisés, reconhece a situação e realiza a circuncisão de seu filho, o que remove a ameaça divina.

Portanto, esses eventos não representam contradição, mas fazem parte de uma narrativa mais ampla que destaca a importância da obediência à aliança e à vontade de Deus. Eles também servem para enfatizar a santidade de Deus e Sua exigência de fidelidade na liderança de Moisés.




7. Deus mata todos os animais dos egípcios com uma forte pestilência. Nenhum sobreviveu (Êxodo 9:3-6).

Deus mata todos os animais dos egípcios com uma chuva de granizo (Êxodo 9:19-21,25). (Mas eles já não haviam morrido com a pestilência?)


Disse o Senhor a Moisés: Apresenta-te a Faraó e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. Porque, se recusares deixá-los ir e ainda por força os detiveres, eis que a mão do Senhor será sobre o teu rebanho, que está no campo, sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre o gado e sobre as ovelhas, com pestilência gravíssima. E o Senhor fará distinção entre os rebanhos de Israel e o rebanho do Egito, para que nada morra de tudo o que pertence aos filhos de Israel. O Senhor designou certo tempo, dizendo: Amanhã, fará o Senhor isto na terra. E o Senhor o fez no dia seguinte, e todo o rebanho dos egípcios morreu; porém, do rebanho dos israelitas, não morreu nem um. Faraó mandou ver, e eis que do rebanho de Israel não morrera nem um sequer; porém o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir o povo.

Êxodo 9:1‭-‬7 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.9.1-7.ARA

Eis que amanhã, por este tempo, farei cair mui grave chuva de pedras, como nunca houve no Egito, desde o dia em que foi fundado até hoje. Agora, pois, manda recolher o teu gado e tudo o que tens no campo; todo homem e animal que se acharem no campo e não se recolherem a casa, em caindo sobre eles a chuva de pedras, morrerão. Quem dos oficiais de Faraó temia a palavra do Senhor fez fugir os seus servos e o seu gado para as casas; aquele, porém, que não se importava com a palavra do Senhor deixou ficar no campo os seus servos e o seu gado.

Êxodo 9:18‭-‬21 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.9.18-21.ARA


Essa aparente contradição pode ser explicada considerando o contexto e os detalhes dos eventos descritos.

No primeiro caso, em Êxodo 9:3-6, Deus envia uma praga que afeta o gado dos egípcios, causando doença e morte a muitos deles. No entanto, não necessariamente todos os animais morreram, mas uma quantidade significativa foi afetada por essa praga. O termo "todo" frequentemente quer dizer "a maior parte".

No segundo caso, em Êxodo 9:19-21,25, Deus envia uma chuva de granizo que, além de danificar as plantações, também mata animais que estavam no campo. Novamente, essa praga não necessariamente exterminou todos os animais, mas causou danos consideráveis. Os animais no campo morreram, mas não os animais nos currais, por exemplo. Por fim, a palavra "gado" geralmente não se refere a cavalos, jumentos e camelos, que devem ter sido parte do "rebanho" que foi poupado. 

Portanto, a aparente contradição é resolvida quando percebemos que esses eventos envolveram a morte de muitos animais, mas não necessariamente todos eles. A Bíblia não declara explicitamente que todos os animais do Egito foram eliminados em ambas as pragas, permitindo assim uma explicação coerente desses acontecimentos.



8. Deus não foi conhecido por Abraão, Isaac e Jacó pelo nome de Javé (Êxodo 6:2-3).

O nome do Senhor já era conhecido (Gênesis 4:26).


Falou mais Deus a Moisés e lhe disse: Eu sou o Senhor. Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, O Senhor, não lhes fui conhecido.

Êxodo 6:2‭-‬3 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.6.2-3.ARA

A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor.

Gênesis 4:26 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.4.26.ARA


A aparente contradição entre Êxodo 6:2-3, que sugere que Deus não foi conhecido por Abraão, Isaque e Jacó pelo nome de Javé (Yahweh), e Gênesis 4:26, que indica que o nome do Senhor já era conhecido, pode ser resolvida considerando o contexto e a interpretação dos versículos.

Contexto Cultural e Linguístico: O entendimento dessa aparente contradição leva em consideração nuances linguísticas e culturais. O hebraico antigo era uma língua rica em significados e implicações. A passagem de Êxodo 6:2-3 pode ser interpretada não como se Deus não fosse conhecido por esses patriarcas pelo nome Yahweh, mas como se o significado completo desse nome, em relação à aliança com Israel, não tivesse sido totalmente revelado a eles. O uso de nomes e títulos divinos poderia variar dependendo do contexto e do relacionamento entre Deus e Seu povo.

Revelação Progressiva: A Bíblia destaca a ideia de uma revelação progressiva, na qual Deus revela Seu caráter e plano aos poucos ao longo da história. Abraão, Isaque e Jacó podem ter conhecido Deus pelo nome Yahweh, mas a revelação completa do significado desse nome em relação à aliança e ao papel futuro de Israel não ocorreu até o tempo de Moisés. Assim, Êxodo 6:2-3 realça a revelação progressiva de Deus.

Interpretação Cultural: Em muitas culturas antigas, conhecer o nome de alguém estava relacionado não apenas a saber o som do nome, mas também ao conhecimento dos atributos, caráter e reputação dessa pessoa. Nesse sentido, Êxodo 6:2-3 pode ser entendido como significando que Abraão, Isaque e Jacó não conheceram plenamente os atributos e a natureza específica de Yahweh como Deus da aliança da mesma maneira que Israel o conheceria mais tarde.

Portanto, a aparente contradição pode ser resolvida ao considerar que ambos os versículos se encaixam dentro de uma narrativa mais ampla da revelação progressiva de Deus ao longo da história bíblica, com Êxodo 6:2-3 enfatizando a revelação mais completa do nome Yahweh em relação à aliança com Israel.



9. Deus proíbe que seja feito a escultura de qualquer ser (Êxodo 20:4).

Deus ordenou a fabricação de estátuas de ouro (Êxodo 25:18).


Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

Êxodo 20:4‭-‬6 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.20.4-6.ARA

Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório; um querubim, na extremidade de uma parte, e o outro, na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele.

Êxodo 25:18‭-‬19 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.25.18-19.ARA


A aparente contradição entre Êxodo 20:4, que proíbe fazer imagens de escultura, e a ordem de Deus a Moisés para fazer querubins de ouro em Êxodo 25:18, pode ser resolvida considerando o contexto e a natureza específica das imagens em questão. Aqui está a explicação:

Contexto de Idolatria: A proibição em Êxodo 20:4 é parte dos Dez Mandamentos e estava relacionada principalmente à proibição da idolatria. Deus advertiu Israel para não fazer imagens esculpidas para adorá-las como deuses, como as nações vizinhas faziam com seus ídolos.

Os Querubins na Arca da Aliança: No contexto de Êxodo 25, Deus instruiu Moisés a fazer dois querubins de ouro para serem colocados na Arca da Aliança. Estes querubins não eram ídolos a serem adorados, mas faziam parte da decoração da Arca e simbolizavam a presença e a guarda de Deus sobre a aliança entre Ele e Israel. Eles não eram objetos de adoração, mas elementos simbólicos na adoração apropriada a Deus.

Diferença de Uso e Significado: A proibição em Êxodo 20:4 estava relacionada à fabricação de imagens com o propósito de adoração religiosa a deuses falsos. Os querubins na Arca não foram feitos para adoração, mas sim para representar a presença divina e proteção sobre a aliança com Israel. Eles não eram ídolos, mas símbolos aprovados por Deus para um uso específico.

Distinção entre Uso Religioso e Não-Religioso de Imagens: A distinção entre uso religioso e não-religioso de imagens é fundamental. As imagens religiosas são feitas com a intenção de representar objetos de adoração ou divindades, enquanto as não-religiosas podem ser usadas para fins decorativos ou artísticos sem conotações religiosas. No caso dos querubins na Arca da Aliança, eles eram objetos não-religiosos usados em um contexto religioso específico e sob a orientação direta de Deus.

Portanto, a aparente contradição é resolvida ao reconhecer a diferença entre o uso adequado de imagens como símbolos na adoração a Deus e a proibição de criar ídolos para adoração de deuses falsos, conforme estabelecido nas Escrituras.



10. Proibição do assassinato (Êxodo 20:13).

Deus manda Moisés matar todos os homens de Madiã (Números 31:7).


Não matarás.

Êxodo 20:13 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.20.13.ARA

Pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenara a Moisés, e mataram todo homem feito. Mataram, além dos que já haviam sido mortos, os reis dos midianitas, Evi, Requém, Zur, Hur e Reba, cinco reis dos midianitas; também Balaão, filho de Beor, mataram à espada.

Números 31:7‭-‬8 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/num.31.7-8.ARA


A aparente contradição entre a proibição do assassinato em Êxodo 20:13 e o relato de Deus mandando Moisés matar todos os homens de Midiã em Números 31:7 pode ser resolvida considerando o contexto e a diferença entre a proibição do assassinato como um princípio moral e a aplicação da pena capital sob a lei divina. Aplicar a pena capital não é assassinar. Aqui está a explicação:

Princípio Moral vs. Aplicação da Lei:

Em Êxodo 20:13, Deus estabeleceu um princípio moral fundamental: "Não assassinarás." Este mandamento proíbe o assassinato e promove a santidade da vida humana, ensinando que tirar a vida de outra pessoa de maneira injusta é errado.

Em Números 31:7, Deus ordenou a Moisés que executasse a pena capital sobre os homens de Midiã. Isso não contradiz o princípio moral de Êxodo 20:13, pois se refere a um contexto específico em que a justiça divina estava sendo aplicada de acordo com as leis dadas a Israel.

Contexto de Guerra:

O contexto de Números 31 é uma situação de guerra em que os homens de Midiã foram culpados de seduzir os israelitas a praticarem idolatria e fornicação (Números 25:1-3). Deus ordenou que a justiça fosse aplicada e que a pena capital fosse executada sobre aqueles que eram responsáveis por essa transgressão grave.

Aplicação da Lei Divina:

A aplicação da pena capital em casos específicos sob a lei mosaica não contradiz o princípio moral de não assassinar. Era uma forma de manter a ordem e a justiça na sociedade e de punir crimes graves. A pena capital só podia ser imposta com base em evidências claras e sob o devido processo legal.

Portanto, não há uma contradição real entre a proibição do assassinato como princípio moral em Êxodo 20:13 e a ordem de Deus a Moisés para executar a pena capital em Números 31:7. A segunda situação envolve a aplicação da lei divina em um contexto específico de guerra e justiça, enquanto o princípio moral permanece inalterado.



11. Proibição do roubo (Êxodo 20:15).

Deus manda roubar os egípcios (Êxodo 3:21-22).


Não furtarás.

Êxodo 20:15 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.20.15.ARA

Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda joias de prata, e joias de ouro, e vestimentas; as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios.

Êxodo 3:21‭-‬22 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.3.21-22.ARA


Não há uma contradição real entre os textos:

Proibição do roubo (Êxodo 20:15): O mandamento em Êxodo 20:15 proíbe o roubo, que é tomar algo de outra pessoa sem permissão ou injustamente. Esse mandamento estabelece uma base moral importante para a sociedade, enfatizando o respeito pela propriedade alheia.

Êxodo 3:21-22: Nesse texto, Deus instrui os israelitas a pedirem aos egípcios objetos de valor, e Deus lhes promete que os egípcios os favorecerão e darão esses objetos. Não é uma situação de roubo, pois os egípcios concordam voluntariamente em dar esses presentes aos israelitas como uma espécie de compensação pelos anos de escravidão.

Portanto, a distinção chave aqui é que o mandamento "Não roubarás" em Êxodo 20:15 proíbe a ação de tomar propriedade de outros sem permissão ou injustamente, enquanto Êxodo 3:21-22 se refere a uma situação específica em que os egípcios oferecem voluntariamente suas possessões aos israelitas como parte do plano divino de libertação. Não há contradição, pois a proibição de roubo se aplica a contextos gerais de injustiça, não a situações específicas em que a propriedade é oferecida voluntariamente.



12. Proibição da mentira (Êxodo 20:16)

Deus permiti (sic) a mentira (I Reis 22:22)


Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

Êxodo 20:16 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.20.16.ARA

Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o Senhor: Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim.

1Reis 22:22 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ki.22.22.ARA


Não há uma contradição real entre os seguintes textos:

Proibição da mentira (Êxodo 20:16): O mandamento "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" em Êxodo 20:16 proíbe a falsa acusação ou testemunho falso com o objetivo de prejudicar alguém. Isso se aplica aos seres humanos e ao contexto de testemunhos judiciais ou acusações falsas.

1 Reis 22:22: Neste texto, Deus é apresentado como permitindo que um "espírito mentiroso" influencie os profetas de Acabe. No entanto, essa passagem não está promovendo a mentira, mas ilustra a soberania de Deus sobre todas as coisas, inclusive sobre as forças malignas. Deus não está incentivando a mentira, mas permitindo que uma mentira seja usada para cumprir seus propósitos específicos, que podem envolver juízo ou outros planos divinos.

Portanto, a distinção fundamental aqui é que o mandamento em Êxodo 20:16 se refere à responsabilidade moral dos seres humanos de não dar testemunho falso ou difamar seu próximo, enquanto 1 Reis 22:22 descreve uma situação em que Deus permite que uma influência maligna seja usada para cumprir seus próprios desígnios soberanos. Não há contradição, pois a proibição da mentira se aplica ao comportamento humano, não às ações diretas de Deus ou às influências sobrenaturais.



13. Você tem que julgar o próximo com justiça (Leviticus 19:15).

Não julgue ninguém para não ser julgado (Mateus 7:1).


Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo.

Levítico 19:15 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/lev.19.15.ARA

Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.

Mateus 7:1‭-‬5 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.7.1-5.ARA


Os textos em questão não estão em contradição, mas em diferentes contextos e perspectivas sobre o julgamento:

Levítico 19:15: Este versículo instrui sobre o julgamento justo e imparcial. Ele enfatiza a importância de julgar os outros com justiça e equidade, sem favoritismo ou discriminação. É uma diretriz para aplicar a justiça no sistema legal e nas interações sociais, garantindo que o julgamento seja feito com retidão.

Mateus 7:1: Este versículo faz parte do Sermão da Montanha, onde Jesus estava ensinando princípios espirituais e éticos aos seus seguidores. Quando ele diz: "Não julgueis, para que não sejais julgados", ele está alertando contra o julgamento hipócrita, crítico e condenatório. Jesus está enfatizando que, se julgarmos os outros de maneira severa e sem misericórdia, também seremos julgados da mesma maneira. Ele continua explicando que antes de julgar os outros, devemos examinar nossas próprias falhas e hipocrisias.

Portanto, Levítico 19:15 se refere ao julgamento justo e legal, enquanto Mateus 7:1 está abordando o julgamento hipócrita e condenatório. Jesus não está proibindo todo tipo de julgamento, mas sim nos exortando a sermos autocríticos e compassivos ao julgar os outros, evitando atitudes críticas e condenatórias. Portanto, esses textos não entram em contradição quando entendidos dentro de seus respectivos contextos e propósitos.



14. Deus jamais se arrepende (I Samuel 15:29).

Deus se arrepende (Gênese 6:6) (Êxodo 32:14) (I Samuel 15:11,35) (Jonas 3:10)


Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.

1Samuel 15:29 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1sa.15.29.ARA

Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.

Gênesis 6:5‭-‬6 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.6.5-6.ARA

Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe terá sucedido. Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas e trazei-mas. Então, todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão. Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. (...) Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. Então, disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu e depressa se desviou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma; e de ti farei uma grande nação. Porém Moisés suplicou ao Senhor, seu Deus, e disse: Por que se acende, Senhor, a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande fortaleza e poderosa mão? (...) Lembra-te de Abraão, de Isaque e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas do céu, e toda esta terra de que tenho falado, dá-la-ei à vossa descendência, para que a possuam por herança eternamente. Então, se arrependeu o Senhor do mal que dissera havia de fazer ao povo.

Êxodo 32:1‭-‬4‭, ‬7‭-‬11‭, ‬13‭-‬14 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.32.1-14.ARA


Então, veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo: Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Então, Samuel se contristou e toda a noite clamou ao Senhor. (...) Nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porém tinha pena de Saul. O Senhor se arrependeu de haver constituído Saul rei sobre Israel.

1Samuel 15:10‭-‬11‭, ‬35 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1sa.15.10-35.ARA


Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez.

Jonas 3:10 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jon.3.10.ARA


Os textos mencionados não representam uma contradição real na natureza de Deus, mas sim usam linguagem antropomórfica para explicar o relacionamento de Deus com a humanidade e suas reações diante das ações humanas. Vamos analisar esses textos:

I Samuel 15:29 afirma que Deus não é um ser humano para se arrepender, destacando a perfeição e a natureza imutável de Deus em relação a Seus propósitos e promessas divinas.

Gênesis 6:6 menciona que Deus se arrependeu de ter criado a humanidade devido à extrema maldade que havia na Terra. Isso não significa que Deus cometeu um erro em Sua criação, mas mostra Sua tristeza e desgosto com o pecado humano. É uma forma de expressar o profundo pesar de Deus pelas ações dos seres humanos.

Êxodo 32:14 descreve Deus como se arrependendo do mal que pensava fazer ao povo quando Moisés intercedeu por eles após o incidente do bezerro de ouro. Isso reflete a mudança na atitude de Deus em resposta à intercessão de Moisés. Deus não cometeu erro, mas mostrou Sua misericórdia e graça diante da súplica de Moisés.

I Samuel 15:11 e 35 relatam que Deus se arrependeu de ter constituído Saul como rei devido à desobediência de Saul às Suas ordens. Isso mostra que Deus lida de forma diferenciada com as ações humanas e muda Sua atitude em resposta à obediência ou desobediência humana.

Jonas 3:10 narra como Deus mudou Sua decisão de destruir Nínive devido ao arrependimento e mudança de comportamento dos ninivitas em resposta à pregação de Jonas. Isso ilustra a capacidade de Deus de responder às mudanças no comportamento humano.

Em resumo, a linguagem usada nesses textos é figurativa e antropomórfica, destinada a transmitir verdades espirituais e relacionais em termos compreensíveis para os seres humanos. Deus não muda em Sua natureza, mas pode mudar Sua atitude em resposta às ações e atitudes dos seres humanos, demonstrando Sua misericórdia, graça e justiça de maneira adequada às circunstâncias. Portanto, não há contradição real entre esses textos quando entendidos dentro desse contexto.


15. Deus não pode mentir (Números 23:19).

Deus deliberadamente enviou um “espírito” mentiroso (I Reis 22:20-30) (II Crônicas 18:19-22).

Deus faz pessoas acreditarem em mentiras (II Tessalonicenses 2:11-12).

O Senhor engana os profetas (Ezequiel 14:9).


Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?

Números 23:19 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/num.23.19.ARA

Respondeu Micaías: Tão certo como vive o Senhor, o que o Senhor me disser, isso falarei. E, vindo ele ao rei, este lhe perguntou: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja ou deixaremos de ir? Ele lhe respondeu: Sobe e triunfarás, porque o Senhor a entregará nas mãos do rei. O rei lhe disse: Quantas vezes te conjurarei, que não me fales senão a verdade em nome do Senhor? Então, disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm dono; torne cada um em paz para a sua casa. Então, o rei de Israel disse a Josafá: Não te disse eu que ele não profetiza a meu respeito o que é bom, mas somente o que é mau? Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do Senhor: Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua direita e à sua esquerda. Perguntou o Senhor: Quem enganará a Acabe, para que suba e caia em Ramote-Gileade? Um dizia desta maneira, e outro, de outra. Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: Com quê? Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o Senhor: Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim. Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o Senhor falou o que é mau contra ti.

1Reis 22:14‭-‬23 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ki.22.14-23.ARA

Perguntou o Senhor: Quem enganará Acabe, o rei de Israel, para que suba e caia em Ramote-Gileade? Um dizia desta maneira, e outro, de outra. Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: Com quê? Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o Senhor: Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim. Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o Senhor falou o que é mau contra ti.

2Crônicas 18:19‭-‬22 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2ch.18.19-22.ARA

Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.

2Tessalonicenses 2:7‭-‬12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2th.2.7-12.ARA

Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Convertei-vos, e apartai-vos dos vossos ídolos, e dai as costas a todas as vossas abominações, porque qualquer homem da casa de Israel ou dos estrangeiros que moram em Israel que se alienar de mim, e levantar os seus ídolos dentro do seu coração, e tiver tal tropeço para a iniquidade, e vier ao profeta, para me consultar por meio dele, a esse, eu, o Senhor, responderei por mim mesmo. Voltarei o rosto contra o tal homem, e o farei sinal e provérbio, e eliminá-lo-ei do meio do meu povo; e sabereis que eu sou o Senhor. Se o profeta for enganado e falar alguma coisa, fui eu, o Senhor, que enganei esse profeta; estenderei a mão contra ele e o eliminarei do meio do meu povo de Israel. Ambos levarão sobre si a sua iniquidade; a iniquidade daquele que consulta será como a do profeta; para que a casa de Israel não se desvie mais de mim, nem mais se contamine com todas as suas transgressões. Então, diz o Senhor Deus: Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.

Ezequiel 14:6‭-‬11 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/ezk.14.6-11.ARA


Os textos em questão não estão em contradição quando entendidos em seus respectivos contextos:

Números 23:19 afirma que Deus não pode mentir, o que é um princípio fundamental da natureza divina. Deus é totalmente confiável e verdadeiro em Sua natureza e caráter.

II Tessalonicenses 2:11-12 descrevem uma situação em que Deus permite que a influência enganadora afete aqueles que já escolheram rejeitar a verdade e seguir o caminho da injustiça. Deus não está enviando diretamente uma mentira, mas está permitindo que as pessoas vivam as consequências de suas escolhas. Essas pessoas rejeitaram o amor pela verdade e, em vez disso, escolheram deleitar-se com a injustiça, resultando em sua própria condenação.

Ezequiel 14:9 também não implica que Deus seja enganador. Deus não força ninguém a ser um falso profeta. Pelo contrário, Ele permite que as escolhas e ações dos falsos profetas revelem sua natureza enganosa e os levem à destruição. Novamente, não é Deus quem os engana, mas eles próprios escolhem a falsidade em vez da verdade.

Sobre o espírito mentiroso (I Reis 22:20-30; II Crônicas 18:19-22), já comentei no tópico 12.

Portanto, não há contradição real entre esses textos quando compreendidos dentro de seus contextos específicos. Deus continua sendo a verdade e não age de forma enganosa, mas permite que as escolhas e ações das pessoas determinem seu destino.



16. Aarão morreu no monte Hor. Imediatamente depois disso, os israelitas foram para Salmona e Finon (Números 33:38).

Aarão morreu em Mosera. Depois disso, os isralelitas foram para Gadgad e Jetebata (Deuteronômio 10:6-7).

Deus diz a Moisés que Aarão morreu no monte Hor (Deuteronômio 32:50).


Então, Arão, o sacerdote, subiu ao monte Hor, segundo o mandado do Senhor; e morreu ali, no quinto mês do ano quadragésimo da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia do mês.

Números 33:38 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/num.33.38.ARA

Partiram os filhos de Israel de Beerote-Benê-Jaacã para Mosera. Ali faleceu Arão e ali foi sepultado. Eleazar, seu filho, oficiou como sacerdote em seu lugar. Dali partiram para Gudgoda e de Gudgoda para Jotbatá, terra de ribeiros de águas.

Deuteronômio 10:6‭-‬7 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.10.6-7.ARA

E morrerás no monte, ao qual terás subido, e te recolherás ao teu povo, como Arão, teu irmão, morreu no monte Hor e se recolheu ao seu povo,

Deuteronômio 32:50 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.32.50.ARA


Os textos que mencionam a morte de Aarão não estão necessariamente em contradição, mas oferecem perspectivas diferentes sobre os acontecimentos. Vamos analisar cada um deles:

Números 33:38 afirma que Aarão morreu no monte Hor e é consistentemente claro sobre o local da morte e sepultamento de Aarão.

Deuteronômio 10:6-7 menciona que Aarão morreu em Mosera e foi sepultado lá. No entanto, Mosera era a região geral onde o monte Hor estava localizado. Isso não contradiz o relato de Números 33:38, mas fornece informações adicionais sobre a região onde Aarão morreu e foi sepultado.

Deuteronômio 32:50 refere-se novamente à morte de Aarão no contexto da ordem dada a Moisés para que ele também morresse no monte. Neste caso, não especifica o local exato da morte de Aarão, mas compara sua morte à de Aarão no monte Hor.

Em resumo, os textos oferecem diferentes perspectivas e informações adicionais sobre a morte de Aarão, mas não há uma contradição real quando se considera que Mosera era a região geral onde o monte Hor estava localizado. Eles se complementam em vez de se contradizerem.



17. Nós temos que amar Deus (Deuteronômio 6:5) (Mateus 22:37).

Nós temos que temer Deus (Deuteronômio 6:13) (I Pedro 2:17).


Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.

Mateus 22:37 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.22.37.ARA

O Senhor, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás.

Deuteronômio 6:13 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.6.13.ARA

Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.

1Pedro 2:17 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1pe.2.17.ARA


Não há uma contradição real entre os mandamentos de amar a Deus e temê-Lo, quando entendemos o contexto e o significado desses ensinamentos:

Amar a Deus (Deuteronômio 6:5; Mateus 22:37): Amar a Deus se refere a um relacionamento de amor, adoração e devoção a Ele. Esse tipo de amor envolve um profundo afeto e compromisso com Deus, reconhecendo Seu amor por nós e respondendo com amor recíproco. É um amor que nos motiva a buscar a Sua vontade e a servi-Lo de todo o coração.

Temer a Deus (Deuteronômio 6:13; 1 Pedro 2:17): Temer a Deus não se trata de um medo paralisante, mas de um respeito reverente e saudável por Sua natureza santa e soberana. Esse temor envolve reconhecer a grandeza, a majestade e o poder de Deus e obedecer aos Seus mandamentos. É um temor que nos lembra de nossa dependência Dele e da necessidade de vivermos de acordo com Seus princípios.

Ambos os aspectos, o amor e o temor a Deus, são complementares em nossa relação com Ele. O amor nos impulsiona a buscar a Sua presença e a desfrutar de Sua graça, enquanto o temor nos mantém humildes, obedientes e conscientes de Sua santidade. Portanto, não há contradição real, mas uma harmonia equilibrada entre amar e temer a Deus na vida do crente.



18. Deus escreveu nas tábuas as dez palavras da aliança (Deuteronômio 10:1-2,4).

Deus ditou e Moisés escreveu (Êxodo 34:27-28).


Naquele tempo, me disse o Senhor: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de madeira. Escreverei nas duas tábuas as palavras que estavam nas primeiras que quebraste, e as porás na arca. Assim, fiz uma arca de madeira de acácia, lavrei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi ao monte com as duas tábuas na mão. Então, escreveu o Senhor nas tábuas, segundo a primeira escritura, os dez mandamentos que ele vos falara no dia da congregação, no monte, no meio do fogo; e o Senhor mas deu a mim.

Deuteronômio 10:1‭-‬4 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.10.1-4.ARA

Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e com Israel. E, ali, esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras.

Êxodo 34:27‭-‬28 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.34.27-28.ARA


Deuteronômio 10:1-2,4 e Êxodo 34:27-28 não se contradizem quando consideramos o contexto mais amplo e os detalhes desses eventos. Aqui está por que eles podem ser harmonizados:

Ambos os textos concordam que Deus estava diretamente envolvido na escrita das tábuas da aliança. Tanto em Deuteronômio quanto em Êxodo (veja Êx 34:1), Deus é o autor das palavras gravadas nas tábuas.

O que diferencia esses textos é a ênfase textual. Em Deuteronômio 10:1-2,4, a ênfase recai mais fortemente no envolvimento direto de Deus na escrita das tábuas. Ele escreveu diretamente nas tábuas conforme indicado em Deuteronômio 10:4.

Em Êxodo 34:27-28, embora o texto também afirme que Deus escreveu nas tábuas, há uma ênfase adicional no papel de Moisés como intermediário. O texto ressalta que Moisés esteve na presença de Deus durante 40 dias e 40 noites, e foi durante esse período que Deus escreveu nas tábuas por meio de Moisés.

Portanto, esses textos podem ser compreendidos como complementares em vez de contraditórios. Ambos destacam o papel divino na escrita das tábuas da aliança, com Deuteronômio enfatizando mais a ação direta de Deus e Êxodo mencionando o papel mediador de Moisés. Essa compreensão permite que ambos os textos se encaixem harmoniosamente no contexto mais amplo da narrativa bíblica.



19. Josué queimou a cidade de Hai e reduziu-a a um monte de ruínas para sempre (Josué 8:28).

Hai ainda existe como uma cidade (Neemias 7:32).


Então, Josué pôs fogo a Ai e a reduziu, para sempre, a um montão, a ruínas até ao dia de hoje. Ao rei de Ai, enforcou-o e o deixou no madeiro até à tarde; ao pôr do sol, por ordem de Josué, tiraram do madeiro o cadáver, e o lançaram à porta da cidade, e sobre ele levantaram um montão de pedras, que até hoje permanece.

Josué 8:28‭-‬29 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jos.8.28-29.ARA

Então, o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo, para registrar as genealogias. Achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro, e nele estava escrito: São estes os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levara para o exílio e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade, os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mordecai, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná. Este é o número dos homens do povo de Israel: foram os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois. (...) Os homens de Betel e Ai, cento e vinte e três. Os homens do outro Nebo, cinquenta e dois.

Neemias 7:5‭-‬8‭, ‬32‭-‬33 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/neh.7.5-33.ARA


Os textos que mencionam Josué queimando a cidade de Hai (Ai) e reduzindo-a a ruínas (Josué 8:28) e a menção de Hai ainda existindo como uma cidade (Neemias 7:32) podem ser entendidos sem contradição considerando alguns fatores:

Contexto Histórico: No relato de Josué, a cidade de Ai foi conquistada e destruída durante as campanhas militares dos israelitas na terra de Canaã. Isso teria ocorrido cerca de 1400 a.C. nos eventos relatados em Josué 8. Portanto, naquele contexto histórico, a cidade de Ai foi efetivamente destruída.

Reconstrução: O livro de Neemias está se referindo a um período posterior na história, após o retorno dos exilados judeus da Babilônia, por volta de 500 a.C. É possível que, ao longo dos séculos após a destruição de Ai, a cidade tenha sido reconstruída ou reocupada por outros povos. Isso explicaria por que a cidade de Ai ainda existia no tempo de Neemias.

Uso de Terminologia Hiperbólica: Os textos antigos frequentemente usavam linguagem hiperbólica para enfatizar a destruição completa de uma cidade ou povo, mesmo que nem todos fossem exterminados. Portanto, quando Josué menciona a destruição completa de Ai, ele pode estar usando essa linguagem estereotipada comum no Antigo Oriente Próximo para enfatizar a vitória.

Em resumo, os textos não se contradizem quando consideramos o contexto histórico e a possibilidade de reconstrução da cidade ao longo do tempo. Além disso, o uso de linguagem hiperbólica para enfatizar a destruição não implica necessariamente na aniquilação total de todos os habitantes.


20. Josué destruiu totalmente os habitantes de Dabir (Josué 10:38-39).

Os habitantes de Dabir ainda existem (Josué 15:15).


Então, Josué, e todo o Israel com ele, voltou a Debir e pelejou contra ela; e tomou-a com o seu rei e todas as suas cidades e as feriu à espada; todos os que nelas estavam, destruiu-os totalmente sem deixar nem sequer um; como fizera a Hebrom, a Libna e a seu rei, também fez a Debir e a seu rei.

Josué 10:38‭-‬39 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jos.10.38-39.ARA

A Calebe, filho de Jefoné, porém, deu Josué uma parte no meio dos filhos de Judá, segundo lhe ordenara o Senhor, a saber, Quiriate-Arba, isto é, Hebrom; este Arba era o pai de Anaque. Dali expulsou Calebe os três filhos de Anaque: Sesai, Aimã e Talmai, gerados de Anaque. Subiu aos habitantes de Debir, cujo nome, dantes, era Quiriate-Sefer. Disse Calebe: A quem derrotar Quiriate-Sefer e a tomar, darei minha filha Acsa por mulher.

Josué 15:13‭-‬16 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jos.15.13-16.ARA


Os textos de Josué 10:38-39 e Josué 15:15 não se contradizem quando consideramos o contexto e os eventos específicos relatados:

Conquista inicial e linguagem hiperbólica: Josué 10:38-39 descreve a conquista inicial de Debir por Josué e os israelitas. Usar a expressão "destruíram totalmente" pode ser uma linguagem hiperbólica comum naquela época, exagerando o resultado da conquista militar para enfatizar a vitória esmagadora.

Reconquista ou ocupação subsequente: Josué 15:15 menciona novamente Debir (ou Quiriate-Sefer) e pode se referir a um período posterior em que a cidade foi reconquistada ou ocupada por outros povos, apesar da conquista anterior por Josué. A oferta de Calebe para conquistar a cidade pode indicar que, em algum momento após a primeira conquista, ela estava novamente sob controle inimigo ou era habitada por populações hostis.

Portanto, considerando a possibilidade de linguagem hiperbólica e os eventos subsequentes, os textos podem ser entendidos como consistentes. O primeiro texto enfatiza a conquista inicial por Josué, enquanto o segundo menciona um evento posterior que não entra em conflito com a ideia de uma conquista inicial.




21. Saul destruiu completamente os amalecitas (I Samuel 15:7-8,20).

David destruiu completamente os amalecitas (I Samuel 27:8-9).

Finalmente os amalecitas são mortos (I Crônicas 4:42-43).


Então, feriu Saul os amalequitas, desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do Egito. Tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas; porém a todo o povo destruiu a fio de espada. E Saul e o povo pouparam Agague, e o melhor das ovelhas e dos bois, e os animais gordos, e os cordeiros, e o melhor que havia e não os quiseram destruir totalmente; porém toda coisa vil e desprezível destruíram. Então, veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo: Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Então, Samuel se contristou e toda a noite clamou ao Senhor. Madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã; e anunciou-se àquele: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si um monumento; e, dando volta, passou e desceu a Gilgal. Veio, pois, Samuel a Saul, e este lhe disse: Bendito sejas tu do Senhor; executei as palavras do Senhor. Então, disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este nos meus ouvidos e o mugido de bois que ouço? Respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram; porque o povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao Senhor, teu Deus; o resto, porém, destruímos totalmente. Então, disse Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o Senhor me disse esta noite. Respondeu-lhe Saul: Fala. Prosseguiu Samuel: Porventura, sendo tu pequeno aos teus olhos, não foste por cabeça das tribos de Israel, e não te ungiu o Senhor rei sobre ele? Enviou-te o Senhor a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até exterminá-los. Por que, pois, não atentaste à voz do Senhor, mas te lançaste ao despojo e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor? Então, disse Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor e segui o caminho pelo qual o Senhor me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas, os destruí totalmente; mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do designado à destruição para oferecer ao Senhor, teu Deus, em Gilgal. Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.

1Samuel 15:7‭-‬22 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1sa.15.7-22.ARA

Subia Davi com os seus homens, e davam contra os gesuritas, os gersitas e os amalequitas; porque eram estes os moradores da terra desde Telã, na direção de Sur, até à terra do Egito. Davi feria aquela terra, e não deixava com vida nem homem nem mulher, e tomava as ovelhas, e os bois, e os jumentos, e os camelos, e as vestes; voltava e vinha a Aquis.

1Samuel 27:8‭-‬9 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1sa.27.8-9.ARA

Também deles, dos filhos de Simeão, quinhentos homens foram ao monte Seir, tendo por capitães a Pelatias, a Nearias, a Refaías e a Uziel, filhos de Isi. Feriram o restante dos que escaparam dos amalequitas e habitam ali até ao dia de hoje.

1Crônicas 4:42‭-‬43 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.4.42-43.ARA


Para entender a aparente contradição entre esses textos, podemos aplicar princípios semelhantes aos usados anteriormente:

Linguagem hiperbólica: Assim como nos casos anteriores, é possível que os textos estejam usando linguagem hiperbólica, comum no Antigo Oriente Próximo, para enfatizar a severidade das ações de Saul e Davi contra os amalequitas. Isso poderia incluir declarações de "destruir completamente" a população, o que, na realidade, pode ter se referido a uma derrota militar significativa, mas não necessariamente ao extermínio total de todos os amalequitas.

Eventos em momentos diferentes: Além disso, é importante observar que os eventos em questão ocorreram em momentos diferentes da história de Israel. Saul e Davi podem ter liderado campanhas militares separadas contra os amalequitas em períodos distintos. Portanto, as referências a "destruição completa" podem se aplicar a contextos diferentes, e alguns amalequitas podem ter sobrevivido às campanhas de Saul, apenas para enfrentar ações subsequentes, como as mencionadas em 1 Crônicas 4:42-43.

Portanto, ao considerar esses fatores, não há necessariamente uma contradição real entre esses textos. Eles podem estar descrevendo eventos distintos, usando linguagem hiperbólica para enfatizar a gravidade das ações militares, em vez de indicar um extermínio absoluto de toda a população amalequita.



22. Isaí teve sete filhos além de seu mais jovem, David (I Samuel 16:10.11).

David foi o sétimo filho (I Crônicas 2:15).


Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não escolheu estes. Perguntou Samuel a Jessé: Acabaram-se os teus filhos? Ele respondeu: Ainda falta o mais moço, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, pois não nos assentaremos à mesa sem que ele venha.

1Samuel 16:10‭-‬11 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1sa.16.10-11.ARA

Jessé gerou a Eliabe, seu primogênito, a Abinadabe, o segundo, a Simeia, o terceiro, a Natanael, o quarto, a Radai, o quinto, a Ozém, o sexto, e a Davi, o sétimo. As irmãs destes foram Zeruia e Abigail. Os filhos de Zeruia foram três: Abisai, Joabe e Asael.

1Crônicas 2:13‭-‬16 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.2.13-16.ARA


A aparente contradição entre os textos pode ser resolvida considerando o seguinte:

Diferentes momentos na história: Os dois textos se referem a diferentes momentos na história da família de Jessé. 1 Samuel 16:10-11 se refere ao momento em que Samuel foi chamado para ungir um dos filhos de Jessé como rei, e Jessé apresentou sete de seus filhos a Samuel. Nesse contexto específico, apenas sete dos filhos foram trazidos à presença de Samuel.

Possível explicação genealógica: Por outro lado, 1 Crônicas 2:15 pode estar fornecendo uma genealogia mais detalhada da família de Jessé em um momento posterior. É possível que um dos filhos de Jessé tenha morrido sem deixar descendentes ou ter tido um papel significativo na história subsequente da família, levando ao registro de apenas sete filhos em 1 Crônicas 2:15.

Portanto, não há uma contradição real entre esses textos. Eles simplesmente abordam a família de Jessé em momentos diferentes e podem ter diferentes ênfases genealógicas e históricas.



23. Saul tentou consultar o Senhor (I Samuel 28:6).

Saul nunca fez tal coisa (I Crônicas 10:13-14).


Consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.

1Samuel 28:6 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1sa.28.6.ARA

Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante e não ao Senhor, que, por isso, o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.

1Crônicas 10:13‭-‬14 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.10.13-14.ARA


A aparente contradição entre esses textos pode ser resolvida considerando os seguintes pontos:

Diferença nas palavras usadas: Os textos empregam palavras diferentes para descrever as ações de Saul. Em 1 Samuel 28:6, usa-se a palavra "consultou" (shaal), indicando que Saul buscou alguma forma de orientação divina. Por outro lado, em 1 Crônicas 10:13-14, usa-se a palavra "interrogara" e "consultara" (darash), que sugere que Saul buscou orientação de uma necromante, uma prática proibida pelo Senhor.

Foco na sinceridade: A chave para entender essa aparente contradição está na sinceridade das ações de Saul. Embora Saul tenha realizado um ato formal de consulta a Deus em 1 Samuel 28:6, ele o fez de maneira insincera e desobediente, buscando uma resposta que estivesse de acordo com seus próprios desejos. Em 1 Crônicas 10:13-14, a ênfase recai sobre o fato de que Saul não buscou o Senhor com sinceridade, mas recorreu a uma necromante, o que foi uma violação direta da vontade de Deus.

Portanto, a reconciliação entre esses textos está no entendimento de que Saul buscou orientação de maneiras diferentes, mas sua atitude insincera e desobediente em relação ao Senhor é destacada em ambos os casos. Em 1 Samuel 28:6, ele buscou o Senhor de forma vazia, e em 1 Crônicas 10:13-14, ele é condenado por sua desobediência ao consultar uma necromante.



24. Saul cometeu suicídio (I Samuel 31:4-6) (I Crônicas 10:4-5).

Saul foi morto por um amalecita (II Samuel 1:8-10).

Saul foi morto pelos filisteus (II Samuel 21:12).


Então, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me traspassem, e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então, Saul tomou da espada e se lançou sobre ela. Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada e morreu com ele. Morreu, pois, Saul, e seus três filhos, e o seu escudeiro, e também todos os seus homens foram mortos naquele dia com ele.

1Samuel 31:4‭-‬6 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1sa.31.4-6.ARA

Depois da morte de Saul, voltando Davi da derrota dos amalequitas e estando já dois dias em Ziclague, sucedeu, ao terceiro dia, aparecer do arraial de Saul um homem com as vestes rotas e terra sobre a cabeça; em chegando ele a Davi, inclinou-se, lançando-se em terra. Perguntou-lhe Davi: Donde vens? Ele respondeu: Fugi do arraial de Israel. Disse-lhe Davi: Como foi lá isso? Conta-mo. Ele lhe respondeu: O povo fugiu da batalha, e muitos caíram e morreram, bem como Saul e Jônatas, seu filho. Disse Davi ao moço que lhe dava as novas: Como sabes tu que Saul e Jônatas, seu filho, são mortos? Então, disse o moço portador das notícias: Cheguei, por acaso, à montanha de Gilboa, e eis que Saul estava apoiado sobre a sua lança, e os carros e a cavalaria apertavam com ele. Olhando ele para trás, viu-me e chamou-me. Eu disse: Eis-me aqui. Ele me perguntou: Quem és tu? Eu respondi: Sou amalequita. Então, me disse: Arremete sobre mim e mata-me, pois me sinto vencido de cãibra, mas o tino se acha ainda todo em mim. Arremessei-me, pois, sobre ele e o matei, porque bem sabia eu que ele não viveria depois de ter caído. Tomei-lhe a coroa que trazia na cabeça e o bracelete e os trouxe aqui ao meu senhor.

2Samuel 1:1‭-‬10 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2sa.1.1-10.ARA

Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados.

2Samuel 21:12‭-‬13 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2sa.21.12-13.ARA


A aparente contradição entre esses relatos pode ser reconciliada considerando a possibilidade de que o relato do amalequita em 2 Samuel 1 não seja uma descrição precisa dos eventos, mas sim uma tentativa de ganhar favor aos olhos de Davi.

Suicídio de Saul (1 Samuel 31): O texto de 1 Samuel 31 relata que Saul, após ser gravemente ferido na batalha contra os filisteus, cometeu suicídio ao cair sobre sua própria espada.

Relato do amalequita (2 Samuel 1): O amalequita que chegou até Davi pode ter encontrado Saul já ferido e à beira da morte após a batalha com os filisteus. Nesse contexto, o amalequita pode ter erroneamente assumido que Saul estava morto e decidido matá-lo para ganhar favor com Davi. Ele alegou ter matado Saul e tomado a coroa e o bracelete como prova, mas sua versão dos eventos pode ser imprecisa.

Confirmação posterior (2 Samuel 21): O relato em 2 Samuel 21 menciona que os filisteus penduraram os ossos de Saul e Jônatas após a batalha. Isso confirma que Saul foi ferido em combate contra os filisteus, o que está em consonância com o relato em 1 Samuel 31.

Portanto, levando em consideração a afirmação de que os filisteus feriram Saul, podemos entender que os relatos são consistentes. Saul cometeu suicídio após ser ferido gravemente na batalha contra os filisteus, conforme relatado em 1 Samuel 31. O relato do amalequita em 2 Samuel 1 pode ser uma interpretação errônea dos eventos por parte do amalequita, que assumiu erroneamente que Saul estava morto quando o encontrou. A confirmação posterior em 2 Samuel 21 está de acordo com a narrativa de 1 Samuel 31. Portanto, não há contradição real nos relatos.



25. Davi tomou 1.700 cavaleiros de Adadezer (II Samuel 8:4).

Davi tomou 7.000 cavaleiros de Adadezer (I Crônicas 18:4).


Tomou-lhe Davi mil e setecentos cavaleiros e vinte mil homens de pé; Davi jarretou todos os cavalos dos carros, menos para cem deles.

2Samuel 8:4 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2sa.8.4.ARA

Tomou-lhe Davi mil carros, sete mil cavaleiros e vinte mil homens de pé; Davi jarretou a todos os cavalos dos carros, menos para cem deles.

1Crônicas 18:4 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.18.4.ARA


A aparente contradição entre 2 Samuel 8:4 e 1 Crônicas 18:4 pode ser explicada como um erro de copista ou de transmissão textual. O número correto provavelmente é o que encontramos em 1 Crônicas 18:4, que afirma que Davi capturou 7.000 cavaleiros de Adadezer.

É possível que um copista anterior tenha cometido um erro ao omitir a palavra "carros" no texto hebraico original. Isso, por sua vez, criou um problema para um copista posterior, que reconheceu não ser correto no hebraico escrever "um mil e sete mil cavaleiros", reduzindo então, por sua conta o segundo "mil" a "centenas", o que resultou em "mil e setecentos". Portanto, a passagem de 1 Crônicas 18:4 provavelmente mantém o número correto, e a discrepância em 2 Samuel 8:4 pode ser atribuída a um erro na transmissão do texto. Portanto, não há contradição real entre os relatos.



26. Davi matou aos arameus 700 parelhas de cavalos e 40.000 cavaleiros (II Samuel 10:18).

Davi matou aos arameus 7.000 cavalos e 40.000 empregados (I Crônicas 19:18).


Porém os siros fugiram de diante de Israel, e Davi matou dentre os siros os homens de setecentos carros e quarenta mil homens de cavalo; também feriu a Sobaque, chefe do exército, de tal sorte que morreu ali.

2Samuel 10:18 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2sa.10.18.ARA

Porém os siros fugiram de diante de Israel, e Davi matou dentre os siros os homens de sete mil carros e quarenta mil homens de pé; a Sofaque, chefe do exército, matou.

1Crônicas 19:18 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.19.18.ARA


As discrepâncias numéricas entre 2 Samuel 10:18 e 1 Crônicas 19:18 podem ser explicadas considerando a possibilidade de erros na transmissão textual. Como mencionado anteriormente, esses erros de números podem ter ocorrido devido à dificuldade de leitura dos numerais nos manuscritos originais, especialmente quando se trata de números redondos.

Neste caso, é bem mais plausível que o número correto seja o que encontramos em 1 Crônicas 19:18, onde Davi matou sete mil condutores de carros e quarenta mil homens de pé dos arameus. A discrepância no relato de 2 Samuel 10:18, onde o número é menor, pode ser atribuída a um erro na transmissão do texto.

Portanto, não há contradição real entre esses versículos, mas sim uma possível variação devido a erros de cópia ou transmissão textual. O relato em 1 Crônicas 19:18 é mais detalhado e provavelmente reflete com mais precisão os números reais envolvidos na batalha.


27. Israel dispõe de 800.000 homens aptos para manejar espadas, enquanto que Judá dispõe de 500.000 homens (II Samuel 24:9).

Israel dispõe de 1.100.000 homens aptos para manejar espadas, enquanto que Judá dispõe de 470.000 homens (I Crônicas 21:5).


Deu Joabe ao rei o recenseamento do povo: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que puxavam da espada; e em Judá eram quinhentos mil.

2Samuel 24:9 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2sa.24.9.ARA

Deu Joabe a Davi o recenseamento do povo; havia em Israel um milhão e cem mil homens que puxavam da espada; e em Judá eram quatrocentos e setenta mil homens que puxavam da espada.

1Crônicas 21:5 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.21.5.ARA


A discrepância nos números de homens aptos para manejar espadas entre 2 Samuel 24:9 e 1 Crônicas 21:5 pode ser explicada considerando a inclusão ou exclusão de diferentes grupos de pessoas em cada relato.

Em 2 Samuel 24:9, os números mencionados (800.000 para Israel e 500.000 para Judá) podem não incluir o exército permanente de 288.000 homens descrito em 1 Crônicas 27:1-15. Além disso, pode não incluir os 12.000 homens destacados especificamente para Jerusalém, conforme mencionado em 2 Crônicas 1:14. Ao incluir esses grupos, chegamos ao total de 1.100.000 homens aptos para manejar espadas em Israel.

Da mesma forma, em 1 Crônicas 21:5, o número de 470.000 homens em Judá pode não incluir os 30.000 homens do exército permanente de Judá mencionado em 2 Samuel 6:1. Isso fica evidente pelo fato de o autor de Crônicas mencionar que Joabe não havia completado a contagem dos homens de Judá (1 Crônicas 21:6).

Portanto, os números em ambos os relatos estão corretos, levando em consideração os grupos específicos que foram incluídos ou excluídos em cada relatório. Não há uma contradição real, mas sim uma questão de como os números foram relatados, levando em conta diferentes grupos de pessoas em cada contexto.



28. Satã provocou Davi a fazer um censo de Israel (I Crônicas 21:1).

Deus sugeriu Davi a fazer um censo de Israel (II Samuel 24:1).


Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel.

1Crônicas 21:1 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.21.1.ARA

Ao levantar-se Davi pela manhã, veio a palavra do Senhor ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo: Vai e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça.

2Samuel 24:11‭-‬12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2sa.24.11-12.ARA


A aparente contradição entre 2 Samuel 24:1 e 1 Crônicas 21:1 pode ser compreendida considerando a perspectiva divina e a perspectiva de Satanás na narrativa.

Em 2 Samuel 24:1, o texto diz que "o Senhor tornou a acender a ira de Davi contra Israel e incitou-o a dizer: 'Vai, faz um censo de Israel e de Judá.'" Aqui, Deus é mencionado como aquele que incitou Davi a fazer o censo. No entanto, essa ação de Deus pode ser vista como parte de Seu plano soberano para testar e punir Israel e Davi.

Em 1 Crônicas 21:1, o texto afirma que "Satã se levantou contra Israel e incitou Davi a fazer um censo de Israel." Neste relato, a ênfase está na influência de Satanás sobre Davi, levando-o a cometer esse pecado. Satanás agiu como o tentador, levando Davi a tomar essa decisão.

Portanto, não há uma contradição real entre os dois relatos. Ambos descrevem o papel de Deus e de Satanás nesse evento, mas enfocam diferentes aspectos. Deus permitiu que Satanás incitasse Davi como parte de Seu plano soberano para punir Israel. Essa harmonização mostra que ambas as afirmações são verdadeiras e não contraditórias. Deus permitiu que Satanás influenciasse Davi, mas isso estava dentro do plano divino mais amplo.


29. Davi pagou 50 siclos de prata por gados e pelo terreno (II Samuel 24:24).

Davi pagou 600 siclos de ouro pelo mesmo terreno (I Crônicas 21:25).


Porém o rei disse a Araúna: Não, mas eu to comprarei pelo devido preço, porque não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada. Assim, Davi comprou a eira e pelos bois pagou cinquenta siclos de prata.

2Samuel 24:24 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2sa.24.24.ARA

Davi deu a Ornã por aquele lugar a soma de seiscentos siclos de ouro. Edificou ali um altar ao Senhor, ofereceu nele holocaustos e sacrifícios pacíficos e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto.

1Crônicas 21:25‭-‬26 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.21.25-26.ARA


A aparente contradição entre 2 Samuel 24:24 e 1 Crônicas 21:25 pode ser explicada pela diferença no foco das transações.

Em 2 Samuel 24:24, o texto destaca a compra dos bois e da eira para o sacrifício e para fazer um altar ao Senhor. Nesse contexto, Davi pagou 50 siclos de prata por esses bens específicos, que eram necessários para realizar o sacrifício.

Por outro lado, em 1 Crônicas 21:25, o foco está na compra do terreno em que Davi construiria um altar permanente ao Senhor, mais tarde conhecido como o local do Templo em Jerusalém. Neste contexto, Davi deu 600 siclos de ouro pelo terreno em si, que era uma aquisição significativa e estratégica para a construção do Templo.

Portanto, não há contradição real entre os dois registros. Em 2 Samuel, a ênfase está nos bens necessários para o sacrifício, enquanto em 1 Crônicas, a ênfase está na compra do terreno onde o altar permanente seria construído. Ambos os registros são verdadeiros, mas se concentram em aspectos diferentes da transação.


30. Rei Josias foi morto em Magedo. Seus servos o levam morto para Jerusalém (II Reis 23:29-30).

Rei Josias foi ferido em Magedo e pediu para seus servos o levarem para Jerusalém, onde veio a falecer (II Reis 23:29-30).


Nos dias de Josias, subiu Faraó-Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria, ao rio Eufrates; e, tendo saído contra ele o rei Josias, Neco o matou, em Megido, no primeiro encontro. De Megido, os seus servos o levaram morto e, num carro, o transportaram para Jerusalém, onde o sepultaram no seu jazigo. O povo da terra tomou a Joacaz, filho de Josias, e o ungiu, e o fez rei em lugar de seu pai.

2Reis 23:29‭-‬30 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2ki.23.29-30.ARA


Os versículos de 2 Reis 23:29-30 descrevem a morte do rei Josias em Magedo e seu transporte para Jerusalém pelos servos. Essa descrição não contradiz a ideia de que o rei Josias foi ferido em Magedo e depois levado para Jerusalém, onde veio a falecer. O texto não afirma explicitamente que ele morreu em Magedo, mas sim que foi ferido lá por Faraó-Neco e, posteriormente, faleceu. Portanto, os versículos não se contradizem, mas complementam a narrativa dos eventos que levaram à morte de Josias, enfatizando o local de seu ferimento (Magedo) e o local de seu sepultamento (Jerusalém).


31. Foram levados 5 homens dentre os mais íntimos do rei (II Reis 25:19-20).

Foram levados 7 homens dentre os mais íntimos do rei (Jeremias 52:25-26).


Da cidade tomou a um oficial, que era comandante das tropas de guerra, e cinco homens dos que eram conselheiros do rei e se achavam na cidade, como também ao escrivão-mor do exército, que alistava o povo da terra, e sessenta homens do povo do lugar, que se achavam na cidade. Tomando-os, Nebuzaradã, o chefe da guarda, levou-os ao rei da Babilônia, a Ribla.

2Reis 25:19‭-‬20 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2ki.25.19-20.ARA

Da cidade tomou a um oficial, que era comandante das tropas de guerra, e a sete homens dos que eram conselheiros pessoais do rei e se achavam na cidade, como também ao escrivão-mor do exército, que alistava o povo da terra, e a sessenta homens do povo do lugar, que se achavam na cidade. Tomando-os Nebuzaradã, o chefe da guarda, levou-os ao rei da Babilônia, a Ribla.

Jeremias 52:25‭-‬26 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jer.52.25-26.ARA


A aparente contradição entre os versículos de II Reis 25:19-20 e Jeremias 52:25-26 se deve a uma diferença de contagem dos homens mencionados. Vamos analisar isso:

Em II Reis 25:19-20, é mencionado que cinco homens dentre os mais íntimos do rei foram levados.

Em Jeremias 52:25-26, o número mencionado é sete homens dentre os mais íntimos do rei.

A explicação para essa discrepância pode ser encontrada na forma como esses homens foram contados, na inclusão de outros indivíduos relacionados à corte real ou em erro de copista. É importante notar que as diferenças numéricas não são incomuns em textos antigos, especialmente quando se trata de listas de nomes ou contagens de pessoas.

Portanto, a aparente contradição se resolve reconhecendo que ambos os relatos se referem aos mesmos eventos, mas podem ter diferentes maneiras de contabilizar ou identificar os homens próximos ao rei que foram levados. Isso não compromete a veracidade dos relatos, mas destaca a importância de considerar o contexto e os detalhes específicos ao lidar com números em textos antigos. Também pode ser um erro de transmissão, que também não afeta a inspiração das Escrituras, uma vez que são os textos originais que são inspirados. As cópias só o são na medida em que reproduzem fielmente os originais.



32. São citados os nomes de 10 pessoas que vieram com Zorobabel (Esdras 2:2)

São citados os nomes de 11 pessoas que vieram com Zorobabel (Neemias 7:7)


São estes os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados que Nabucodonosor, rei da Babilônia, tinha levado para lá, e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade, os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mordecai, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná. Eis o número dos homens do povo de Israel:

Esdras 2:1‭-‬2 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/ezr.2.1-2.ARA

São estes os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levara para o exílio e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade, os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mordecai, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná. Este é o número dos homens do povo de Israel:

Neemias 7:6‭-‬7 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/neh.7.6-7.ARA


A aparente discrepância nos números de pessoas que vieram com Zorobabel, conforme registrados em Esdras 2:2 e Neemias 7:7, pode ser explicada considerando-se as possibilidades mencionadas anteriormente.

Erros de copista: Como mencionado, a cópia de números em textos antigos era suscetível a erros de copistas. Pode ser que um ou mais copistas tenham cometido erros ao transcrever os números de pessoas que vieram com Zorobabel. Isso poderia explicar a diferença de um nome entre as listas.

Compilação em épocas diferentes: Esdras e Neemias podem ter compilado suas listas em épocas diferentes e com diferentes critérios. Esdras pode ter se concentrado naqueles que inicialmente partiram da Babilônia com Zorobabel, enquanto Neemias pode ter incluído aqueles que efetivamente chegaram a Jerusalém. Mudanças na composição das famílias devido a casamentos, nascimentos ou mortes durante a viagem também poderiam explicar as diferenças.

Desistências ou fusão de famílias: Alguns que partiram inicialmente com Zorobabel podem ter desistido no caminho e retornado à Babilônia, enquanto outros podem ter se juntado a outras famílias, aumentando assim o número de membros. Isso também poderia resultar em diferenças entre as listas.

Portanto, a aparente contradição nos números pode ser atribuída a uma combinação de erros de copistas, critérios diferentes de compilação e mudanças na composição das famílias ao longo do tempo. Isso não compromete a veracidade dos relatos, mas destaca a complexidade de lidar com listas de nomes e números em textos antigos.



33. (Esdras 2:3 & Neemias 7:8) Estas passagens pretendem mostrar a quantidade de pessoas que voltaram do cativeiro babilônico. Compare o número para cada família: 14 deles discordam.


São estes os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados que Nabucodonosor, rei da Babilônia, tinha levado para lá, e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade, os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mordecai, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná. Eis o número dos homens do povo de Israel: os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.

Esdras 2:1‭-‬3 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/ezr.2.1-3.ARA

São estes os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levara para o exílio e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade, os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mordecai, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná. Este é o número dos homens do povo de Israel: foram os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.

Neemias 7:6‭-‬8 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/neh.7.6-8.ARA


A discrepância nos números de pessoas que voltaram do cativeiro babilônico, conforme registrados em Esdras 2:3 e Neemias 7:8, pode ser explicada da seguinte forma, considerando as possibilidades mencionadas anteriormente:

Erros de copista: Como mencionado anteriormente, erros de copistas eram comuns na cópia de números em textos antigos. Pode ser que um ou mais copistas tenham cometido erros ao transcrever o número de pessoas que voltaram do cativeiro.

Compilação em épocas diferentes: Esdras e Neemias podem ter compilado suas listas em épocas diferentes e com diferentes critérios. A diferença de nomes e números pode ser resultado de suas abordagens distintas na compilação das listas.

Mudanças na composição das famílias: Durante o retorno do cativeiro, mudanças na composição das famílias, como casamentos, nascimentos ou mortes, podem ter ocorrido. Isso poderia explicar as diferenças nos números relatados em Esdras e Neemias.

Em resumo, as divergências nos números de pessoas que voltaram do cativeiro babilônico em Esdras 2:3 e Neemias 7:8 provavelmente resultam de erros de copistas, diferentes critérios de compilação e mudanças na composição das famílias ao longo do tempo. Elas não comprometem a veracidade dos relatos, mas destacam a complexidade de lidar com listas de nomes e números em textos antigos.



34. A terra vai durar para sempre (Salmos 104:5) (Eclesiastes 1:4).

A terra perecerá (II Pedro 3:10) (Hebreus 1:10-11).


Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus meu, como tu és magnificente: sobrevestido de glória e majestade, coberto de luz como de um manto. Tu estendes o céu como uma cortina, pões nas águas o vigamento da tua morada, tomas as nuvens por teu carro e voas nas asas do vento. Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não vacile em tempo nenhum.

Salmos 104:1‭-‬3‭, ‬5 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/psa.104.1-5.ARA

Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre. Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo. O vento vai para o sul e faz o seu giro para o norte; volve-se, e revolve-se, na sua carreira, e retorna aos seus circuitos.

Eclesiastes 1:4‭-‬6 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/ecc.1.4-6.ARA

Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.

2Pedro 3:10 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2pe.3.10.ARA

Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste;

Hebreus 1:10‭-‬11 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/heb.1.10-11.ARA


Os versículos mencionados aparentemente apresentam uma contradição quanto à natureza da Terra e seu destino. No entanto, a compreensão desses textos requer uma análise cuidadosa do contexto e do propósito de cada um deles.

Salmos 104:5 e Eclesiastes 1:4: Esses versículos descrevem a estabilidade da Terra e como ela permaneceu ao longo das eras. Eles enfatizam a continuidade da criação de Deus e a aparente imutabilidade da Terra do ponto de vista humano. Não contradizem a ideia de que, em um contexto espiritual ou escatológico, a Terra pode ter um destino diferente.

II Pedro 3:10: Este versículo se refere ao "Dia do Senhor", que é frequentemente associado à ideia de julgamento divino e ao fim dos tempos. Aqui, Pedro descreve eventos cósmicos catastróficos que incluem o desaparecimento dos céus e da Terra. Isso se encaixa no contexto de uma mudança radical e purificação que ocorreria no fim dos tempos, mas não nega a estabilidade terrestre mencionada nos outros versículos.

Hebreus 1:10-11: Este trecho faz parte de um discurso que destaca a superioridade de Jesus Cristo sobre os anjos e as obras criacionais. Ele enfatiza a temporalidade das obras criadas em contraste com a eternidade de Deus. Isso não significa necessariamente que a Terra será destruída, mas sim que tudo o que é criado eventualmente envelhecerá e será renovado, conforme muitas tradições religiosas ensinam.

Em resumo, os versículos não contradizem um ao outro quando consideramos os diferentes contextos e propósitos de cada um. Eles podem descrever aspectos diferentes da relação entre Deus, a Terra e o futuro escatológico. É importante lembrar que textos religiosos frequentemente empregam linguagem simbólica e poética para transmitir significados mais profundos, e essas interpretações podem variar entre tradições religiosas e estudiosos. Portanto, a compreensão desses versículos depende da perspectiva de fé e interpretação de cada pessoa.




35. Deus fala a respeito de sacrifícios com os filhos de Israel libertos do egito (Levítico 1:1-9).

Deus nega que houvesse dito algo sobre sacrifícios naquela ocasião (Jeremias 7:22).


No segundo ano após a saída dos filhos de Israel do Egito, no primeiro dia do segundo mês, falou o Senhor a Moisés, no deserto do Sinai, na tenda da congregação, dizendo: Levantai o censo de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, contando todos os homens, nominalmente, cabeça por cabeça. Da idade de vinte anos para cima, todos os capazes de sair à guerra em Israel, a esses contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão. De cada tribo vos assistirá um homem que seja cabeça da casa de seus pais. Estes, pois, são os nomes dos homens que vos assistirão: de Rúben, Elizur, filho de Sedeur; de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai; de Judá, Naassom, filho de Aminadabe; de Issacar, Natanael, filho de Zuar; de Zebulom, Eliabe, filho de Helom; dos filhos de José: de Efraim, Elisama, filho de Amiúde; de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur; de Dã, Aiezer, filho de Amisadai; de Aser, Pagiel, filho de Ocrã; de Gade, Eliasafe, filho de Deuel; de Naftali, Aira, filho de Enã.

Números 1:1‭-‬10‭, ‬12‭-‬15 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/num.1.1-15.ARA

Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne. Porque nada falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem. Mas não deram ouvidos, nem atenderam, porém andaram nos seus próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante. Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias; começando de madrugada, eu os enviei. Mas não me destes ouvidos, nem me atendestes; endurecestes a cerviz e fizestes pior do que vossos pais.

Jeremias 7:21‭-‬26 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jer.7.21-26.ARA


Esses versículos parecem apresentar uma aparente contradição sobre se Deus ordenou sacrifícios aos filhos de Israel após a saída do Egito. No entanto, uma análise mais detalhada revela que não há contradição real entre esses textos, mas sim uma questão de contexto e ênfase diferente. Vamos analisar esses aspectos:

Levítico 1:1-9 (Números 1:1-10, 12-15): Esses versículos relatam a instrução de Deus a Moisés no deserto do Sinai sobre a organização e o censo das tribos de Israel. Aqui, Deus está instruindo Moisés sobre a organização da congregação e não especificamente sobre sacrifícios. Os detalhes sobre sacrifícios são encontrados em outros capítulos de Levítico, onde Deus estabelece as leis para os diferentes tipos de sacrifícios.

Jeremias 7:21-26: Neste contexto, Deus está repreendendo o povo de Israel por sua desobediência e coração endurecido. Ele está enfatizando que a obediência à Sua voz é mais importante do que os sacrifícios. Deus não está negando que tenha instituído sacrifícios, mas está destacando que a obediência e a busca do relacionamento correto com Ele são fundamentais. Ele lamenta que o povo tenha se afastado Dele, apesar de enviar profetas para chamá-los de volta.

Portanto, não há contradição real entre esses textos. Levítico 1:1-9 e Números 1:1-10, 12-15 tratam da organização das tribos e não negam a instituição de sacrifícios. Jeremias 7:21-26 enfatiza a importância da obediência e do relacionamento com Deus, destacando que esses são mais significativos do que os rituais de sacrifício quando o coração das pessoas está distante de Deus. A ênfase é diferente, mas os ensinamentos não se contradizem.



36. O filho não deve ser castigado pelo erro do pai, ou vice-versa (Deuteronômio 24:16) (Ezequiel 18:20) (II Crônicas 25:4).

Deus vinga a crueldade dos pais nos filhos até a quarta geração (Êxodo 20:5) (Deuteronômio 5:9).

Todos os homens são culpados pelo pecado de Adão. A culpa passou de pai para filhos por diversas gerações (Romanos 5:12).


Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade. No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr do sol, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado. Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos, em lugar dos pais; cada qual será morto pelo seu pecado.

Deuteronômio 24:14‭-‬16 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.24.14-16.ARA

Mas dizeis: Por que não leva o filho a iniquidade do pai? Porque o filho fez o que era reto e justo, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso, certamente, viverá. A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este.

Ezequiel 18:19‭-‬20 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/ezk.18.19-20.ARA

Era Amazias da idade de vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; sua mãe se chamava Jeoadã, de Jerusalém. Fez ele o que era reto perante o Senhor; não, porém, com inteireza de coração. Uma vez confirmado o reino nas suas mãos, matou os seus servos que tinham assassinado o rei, seu pai. Porém os filhos deles não matou, mas fez segundo está escrito na Lei, no Livro de Moisés, no qual o Senhor deu ordem, dizendo: Os pais não serão mortos por causa dos filhos, nem os filhos, por causa dos pais; cada qual será morto pelo seu próprio pecado.

2Crônicas 25:1‭-‬4 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/2ch.25.1-4.ARA

Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

Êxodo 20:5‭-‬6 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.20.5-6.ARA

Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem,

Deuteronômio 5:8‭-‬9 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.5.8-9.ARA

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

Romanos 5:12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/rom.5.12.ARA


Aparentemente, esses versículos apresentam uma aparente contradição sobre a questão de Deus punir os filhos pelos pecados dos pais. No entanto, ao analisar esses textos e seu contexto, podemos perceber que não há uma contradição real, mas uma compreensão mais completa quando observamos as diferentes nuances envolvidas. Vamos considerar cada um dos pontos:

Deuteronômio 24:16 e Ezequiel 18:19-20: Esses versículos enfatizam que os filhos não devem ser punidos pelos pecados dos pais, e vice-versa. Eles estabelecem um princípio de justiça individual, afirmando que cada pessoa é responsável por seus próprios atos diante de Deus. Isso significa que os filhos não devem ser condenados ou culpados automaticamente pelos pecados de seus pais, e vice-versa. Essa é uma ênfase importante na justiça individual perante Deus.

Êxodo 20:5, Deuteronômio 5:8-9: Estes versículos mencionam que Deus "visita a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que O aborrecem." Aqui, a ênfase está nas consequências dos pecados dos pais que afetam a vida das gerações seguintes. Não significa que os filhos são culpados pelos pecados dos pais, mas que as ações dos pais podem ter impactos nas gerações futuras. Isso não contradiz o princípio de justiça individual, mas aborda as consequências dos pecados na vida das pessoas.

Romanos 5:12: Este versículo de Romanos aborda o pecado de Adão e sua influência na humanidade. Não afirma que as pessoas são culpadas pelo pecado de Adão, mas que a entrada do pecado no mundo através de Adão resultou na condição pecaminosa de toda a humanidade. Cada pessoa ainda é responsável por seus próprios pecados, mas esse versículo enfatiza a natureza pecaminosa inerente à humanidade devido à queda de Adão.

Em resumo, não há uma contradição real entre esses textos. Eles abordam diferentes aspectos da relação entre os pecados dos pais e os filhos: justiça individual, consequências dos pecados e a natureza pecaminosa da humanidade. Quando compreendidos dentro de seus contextos, esses versículos se complementam e não se contradizem.



37. Jesus foi filho de José, que o foi de Jacob (Mateus 1:16).

Jesus foi filho de José, que o foi de Heli (Lucas 3:23).

Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde; Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a Jacó. E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.

Mateus 1:12‭-‬16 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.1.12-16.ARA

Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli; Eli, filho de Matate, Matate, filho de Levi, Levi, filho de Melqui, este, filho de Janai, filho de José;

Lucas 3:23‭-‬24 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.3.23-24.ARA


As genealogias de Jesus apresentadas em Mateus e Lucas são frequentemente citadas como uma aparente contradição. No entanto, como mencionado anteriormente, essas genealogias podem ser reconciliadas considerando os seguintes pontos:

Mateus traça a genealogia legal, através de José, para mostrar as credenciais messiânicas de Jesus, destacando seu direito ao trono de Davi.

Lucas traça a genealogia biológica, através de Maria, enfocando a humanidade de Jesus.

Aparentemente, José era filho de Jacó (Mateus 1:16) e também era chamado de filho de Eli (Lucas 3:23). Isso pode ser explicado pela prática judaica da adoção, onde um genro podia ser considerado legalmente como filho do sogro.

Ambas as genealogias rastreiam sua ascendência até Davi, enfatizando a profecia messiânica de que o Messias viria da linhagem de Davi.

Portanto, as diferenças nas genealogias não representam contradições reais, mas abordagens diferentes para destacar diferentes aspectos da identidade de Jesus. Mateus enfatiza a linhagem legal e real, enquanto Lucas enfatiza a linhagem biológica e humana.



38. O pai de Salathiel foi Jeconias (Mateus 1:12).

O pai de Salathiel foi Neri (Lucas 3:27)


Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel;

Mateus 1:12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.1.12.ARA

Jodá, filho de Joanã, Joanã, filho de Resa, Resa, filho de Zorobabel, este, de Salatiel, filho de Neri; Neri, filho de Melqui, Melqui, filho de Adi, Adi, filho de Cosã, este, de Elmadã, filho de Er;

Lucas 3:27‭-‬28 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.3.27-28.ARA


Essa é outra aparente discrepância nas genealogias de Mateus e Lucas. Aqui estão algumas maneiras de entender essa diferença:

Jeconias pode ter sido o ancestral legal de Salatiel, enquanto Neri pode ter sido o pai biológico. Isso é semelhante ao caso anterior com José, onde ele era legalmente filho de Jacó, mas biologicamente filho de Eli.

Uma possibilidade é que Salatiel fosse filho de Neri, mas tenha sido adotado por Jeconias. A adoção era uma prática comum na época e poderia explicar essa diferença.

É importante lembrar que a genealogia nem sempre segue uma linha reta e pode envolver a omissão de algumas gerações para destacar certos pontos ou simplificar a árvore genealógica.

Também pode haver diferenças nas fontes usadas por Mateus e Lucas para suas genealogias, o que poderia explicar as discrepâncias.

Em última análise, essas diferenças não devem ser vistas como contradições reais, mas como variações nas genealogias que podem ter motivações teológicas, legais ou históricas por trás delas. Ambos os evangelhos estão buscando enfatizar diferentes aspectos da linhagem de Jesus em suas narrativas.



39. Abiud é filho de Zorobabel (Mateus 1:13).

Resa é filho de Zorobabel (Lucas 3:27).

São citados os nomes de todos os filhos de Zorobabel, mas nem Resa e nem Abiud estão entre eles (I Crônicas 3:19-20).


Jodá, filho de Joanã, Joanã, filho de Resa, Resa, filho de Zorobabel, este, de Salatiel, filho de Neri; Neri, filho de Melqui, Melqui, filho de Adi, Adi, filho de Cosã, este, de Elmadã, filho de Er;

Lucas 3:27‭-‬28 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.3.27-28.ARA

Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor;

Mateus 1:12‭-‬13 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.1.12-13.ARA

Os filhos de Pedaías: Zorobabel e Simei; os filhos de Zorobabel: Mesulão e Hananias; e Selomite, irmã deles; e Hasuba, Oel, Berequias, Hasadias e Jusabe-Hesede; cinco ao todo.

1Crônicas 3:19‭-‬20 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.3.19-20.ARA


Entendo que essa aparente discrepância nas genealogias de Mateus e Lucas possa ser confusa. Aqui estão algumas explicações possíveis:

As genealogias podem ter diferentes objetivos. Mateus pode estar enfatizando a sucessão real de Jesus por meio de Zorobabel, enquanto Lucas pode estar destacando uma linhagem genealógica geral, não necessariamente os filhos de Zorobabel.

É possível que Mateus e Lucas tenham usado fontes genealógicas diferentes ou destacado diferentes aspectos das genealogias para enfatizar seus objetivos teológicos.

A passagem de 1 Crônicas 3:19-20 pode não listar todos os filhos de Zorobabel, ou pode haver uma diferença na forma como os nomes são apresentados.

Em última análise, essas diferenças nas genealogias não devem ser vistas como contradições fundamentais, mas sim como variações nos relatos genealógicos que podem ter motivações teológicas ou históricas por trás delas. Cada evangelista estava transmitindo a mensagem central de que Jesus é o Messias prometido, e as genealogias eram uma maneira de mostrar suas raízes judaicas.



40. Jorão era o pai de Ozias que era o pai de Joathão (Mateus 1:8-9).

Jorão era o pai de Occozias, do qual nasceu Joás, que gerou Amazias, que foi pai de Azarias que, finalmente, gerou Joathão (I Crônicas 3:11-12).


Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias; Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias;

Mateus 1:8‭-‬9 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.1.8-9.ARA

O filho de Salomão foi Roboão, de quem foi filho Abias, de quem foi filho Asa, de quem foi filho Josafá; de quem foi filho Jeorão, de quem foi filho Acazias, de quem foi filho Joás; de quem foi filho Amazias, de quem foi filho Azarias, de quem foi filho Jotão;

1Crônicas 3:10‭-‬12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.3.10-12.ARA


Essa é outra aparente discrepância nas genealogias entre Mateus e as Crônicas. Aqui estão algumas maneiras de entender essa diferença:

Nomes diferentes para a mesma pessoa: É possível que Jorão e Occozias se refiram à mesma pessoa. Nomes diferentes para a mesma pessoa eram relativamente comuns nas genealogias bíblicas.

Nomeações seletivas: Mateus pode ter escolhido destacar nomes específicos em sua genealogia para se ajustar ao propósito teológico de sua narrativa, enquanto as Crônicas podem ter fornecido uma lista mais completa de nomes.

Diferenças na formatação: As genealogias podem ter sido organizadas de maneira diferente por Mateus e nas Crônicas. Isso poderia levar a uma aparência de discrepância.

Em última análise, essas diferenças nas genealogias podem ser atribuídas a variações na transmissão genealógica e na formatação das listas de ancestrais. Elas não necessariamente indicam contradições fundamentais nas narrativas, mas sim variações nas abordagens de registro genealógico. O objetivo principal de ambas as genealogias era mostrar que Jesus era descendente da linhagem de Davi, enfatizando seu papel messiânico.



41. Josias era o pai de Jeconias (Mateus 1:11).

Josias era o avô de Jeconias (I Crônicas 3:15-16).


Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.

Mateus 1:11 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.1.11.ARA

Os filhos de Josias foram: o primogênito, Joanã; o segundo, Jeoaquim; o terceiro, Zedequias; o quarto, Salum. Os filhos de Jeoaquim: Jeconias e Zedequias.

1Crônicas 3:15‭-‬16 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.3.15-16.ARA


Essa aparente discrepância pode ser explicada da seguinte maneira:

Em Mateus 1:11, a declaração "Josias gerou a Jeconias" é uma maneira de resumir a genealogia para destacar o ponto de que Jeconias fazia parte da linhagem descendente de Josias. Nesse contexto, "gerou" pode ser interpretado de forma mais abrangente, não necessariamente indicando uma relação pai-filho direta, mas sim uma conexão genealógica.

Em 1 Crônicas 3:15-16, a lista detalhada de filhos de Josias é fornecida, incluindo Jeconias. Nesse caso, a ênfase está na elaboração completa da genealogia, mencionando todos os filhos de Josias, o que inclui Jeconias.

Portanto, não há necessariamente uma contradição, mas uma diferença na apresentação das informações genealógicas. Mateus optou por uma abordagem mais resumida, enquanto as Crônicas fornecem um detalhamento mais completo da descendência de Josias. Ambos os registros indicam que Jeconias estava ligado à linhagem de Josias, mas a forma como as informações são apresentadas pode variar de uma fonte para outra.



42. Zorobabel era filho de Salathiel (Mateus 1:12) (Lucas 3:27).

Zorobabel era filho de Fadaia. Salathiel era tio dele (I Crônicas 3:17-19).


Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde; Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a Jacó.

Mateus 1:12‭-‬15 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.1.12-15.ARA

Jodá, filho de Joanã, Joanã, filho de Resa, Resa, filho de Zorobabel, este, de Salatiel, filho de Neri;

Lucas 3:27 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.3.27.ARA

Os filhos de Jeconias, o cativo: Sealtiel, Malquirão, Pedaías, Senazar, Jecamias, Hosama e Nedabias. Os filhos de Pedaías: Zorobabel e Simei; os filhos de Zorobabel: Mesulão e Hananias; e Selomite, irmã deles;

1Crônicas 3:17‭-‬19 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1ch.3.17-19.ARA


A aparente discrepância entre esses relatos genealógicos pode ser explicada da seguinte forma:

Mateus 1:12 e Lucas 3:27 concordam em listar Zorobabel como filho de Salatiel. Isso pode ser considerado uma conexão direta entre eles, de acordo com ambos os evangelhos.

Em 1 Crônicas 3:17-19, a lista de genealogias difere, mencionando que Zorobabel é filho de Pedaías e que Salatiel é seu tio. Isso pode indicar uma ênfase diferente na genealogia, fornecendo mais informações sobre os membros da família sem necessariamente negar a relação de Zorobabel com Salatiel.

Portanto, parece que a genealogia de Zorobabel é apresentada de maneira mais detalhada em 1 Crônicas, enquanto Mateus e Lucas se concentraram em destacar a linha principal de descendência que inclui Zorobabel como filho de Salatiel. Não necessariamente há uma contradição, mas sim uma diferença na ênfase e no nível de detalhamento nas genealogias apresentadas.



43. Sale era filho de Cainan, neto de Arfaxad e bisneto de Sem (Lucas 3:35-36).

Sale era filho de Arfaxad e neto de Sem (Gênese 11:11-12).


Naor, filho de Serugue, Serugue, filho de Ragaú, Ragaú, filho de Faleque, este, filho de Éber, filho de Salá; Salá, filho de Cainã, Cainã, filho de Arfaxade, Arfaxade, filho de Sem, este, filho de Noé, filho de Lameque;

Lucas 3:35‭-‬36 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.3.35-36.ARA

São estas as gerações de Sem. Ora, ele era da idade de cem anos quando gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio; e, depois que gerou a Arfaxade, viveu Sem quinhentos anos; e gerou filhos e filhas. Viveu Arfaxade trinta e cinco anos e gerou a Salá;

Gênesis 11:10‭-‬12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.11.10-12.ARA


Essa aparente contradição nas genealogias pode ser explicada considerando que as genealogias em Lucas 3:35-36 e Gênesis 11:10-12 não estão necessariamente em desacordo. A diferença se deve à forma como as gerações são contadas e às diferentes tradições genealógicas.

Lucas 3:35-36 segue a linhagem genealógica através de Sem, filho de Noé, até Arfaxad e depois até Salá (Sale). Este é um exemplo de uma contagem das gerações onde não são mencionados todos os nomes entre os ancestrais.

Gênesis 11:10-12 também segue a linhagem genealógica, mas detalha mais as gerações desde Sem até Arfaxad, incluindo todos os nomes intermediários.

Ambas as genealogias estão corretas dentro de suas respectivas tradições e estilos de escrita. A aparente diferença se deve à escolha editorial de destacar ou omitir nomes intermediários. Portanto, não há uma contradição real, mas sim uma diferença na forma como as genealogias foram apresentadas.



44. Ninguém jamais viu a Deus (João 1:18, 6:46) (I João 4:12).

Jacob viu Deus cara a cara (Gênesis 32:30).

Moisés e os anciões de Israel viram Deus (Êxodo 24:9-11).

Deus falou com Moisés cara a cara (Êxodo 33:11) (Deuteronômio 34:10).

Ezequiel viu Deus em uma visão (Ezequiel 1:27-28).


Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.

João 1:18 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jhn.1.18.ARA

Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim. Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto. Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.

João 6:45‭-‬47 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jhn.6.45-47.ARA

Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.

1João 4:11‭-‬14 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/1jn.4.11-14.ARA

Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali. Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.

Gênesis 32:29‭-‬30 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/gen.32.29-30.ARA

E subiram Moisés, e Arão, e Nadabe, e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. E viram o Deus de Israel, sob cujos pés havia uma como pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. Ele não estendeu a mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; porém eles viram a Deus, e comeram, e beberam.

Êxodo 24:9‭-‬11 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.24.9-11.ARA

Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda.

Êxodo 33:11 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/exo.33.11.ARA

Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, com quem o Senhor houvesse tratado face a face, no tocante a todos os sinais e maravilhas que, por mando do Senhor, fez na terra do Egito, a Faraó, a todos os seus oficiais e a toda a sua terra; e no tocante a todas as obras de sua poderosa mão e aos grandes e terríveis feitos que operou Moisés à vista de todo o Israel.

Deuteronômio 34:10‭-‬12 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/deu.34.10-12.ARA

Vi-a como metal brilhante, como fogo ao redor dela, desde os seus lombos e daí para cima; e desde os seus lombos e daí para baixo, vi-a como fogo e um resplendor ao redor dela. Como o aspecto do arco que aparece na nuvem em dia de chuva, assim era o resplendor em redor. Esta era a aparência da glória do Senhor; vendo isto, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de quem falava.

Ezequiel 1:27‭-‬28 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/ezk.1.27-28.ARA


As passagens que mencionam que "ninguém jamais viu a Deus" (João 1:18, João 6:46, 1 João 4:12) e aquelas que descrevem encontros onde pessoas viram a Deus (Gênesis 32:30, Êxodo 24:9-11, Êxodo 33:11, Deuteronômio 34:10, Ezequiel 1:27-28) podem parecer contraditórias à primeira vista. No entanto, é importante considerar o contexto e a natureza desses encontros para entender essa aparente contradição.

"Ninguém jamais viu a Deus" - Essas passagens estão se referindo a ver a Deus em Sua totalidade, à Sua essência divina. A ideia aqui é que ninguém, como ser humano finito, pode contemplar plenamente a totalidade da natureza de Deus, pois Ele é infinito e transcendental.

"Jacob viu Deus cara a cara" - Quando Jacó disse que viu a Deus "cara a cara", isso pode ser interpretado como um encontro direto e pessoal com Deus, mas não necessariamente significa que ele viu a totalidade de Deus em Sua essência. Pode ter sido uma manifestação específica ou uma experiência espiritual única.

"Deus falou com Moisés cara a cara" - Novamente, este é um encontro direto e pessoal, mas Deus pode ter se manifestado de uma forma específica a Moisés. Não significa que Moisés tenha visto a totalidade de Deus.

"Ezequiel viu Deus em uma visão" - A visão de Ezequiel descreve uma experiência sobrenatural, na qual ele viu uma manifestação da glória de Deus, mas isso não implica que ele tenha visto total ou literalmente a Deus.

Em resumo, essas passagens ressaltam a incompreensibilidade da natureza divina em Sua totalidade para seres humanos finitos. As pessoas tiveram encontros e visões especiais de Deus, mas isso não significa que tenham visto toda a extensão de Sua natureza divina. Portanto, as aparentes contradições podem ser reconciliadas considerando a complexidade da experiência espiritual e da natureza de Deus.



45. Jesus curou um leproso depois de visitar a casa de Pedro e Simão (Marcos 1:29,40-42).

Jesus curou o leproso antes de visitar a casa de Pedro e Simão (Mateus 8:2-3,14).


E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André. (...) Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo.

Marcos 1:29‭, ‬40‭-‬42 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mrk.1.29-42.ARA

E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra. (...) Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre.

Mateus 8:2‭-‬3‭, ‬14 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.8.2-14.ARA


A aparente contradição entre os relatos de cura do leproso em Marcos e Mateus pode ser resolvida considerando que os Evangelhos geralmente não seguem uma ordem estritamente cronológica dos eventos, mas sim uma ordem temática ou de ensinamentos. Isso significa que os eventos podem ser narrados fora de ordem para enfatizar lições espirituais ou ensinamentos específicos.

No caso desses relatos:

Marcos 1:29 descreve Jesus visitando a casa de Simão e André após sair da sinagoga.

Marcos 1:40-42 relata a cura do leproso que ocorreu após Jesus sair da sinagoga.

Por outro lado:

Mateus 8:2-3 menciona a cura do leproso.

Mateus 8:14 narra Jesus chegando à casa de Pedro.

A ordem cronológica exata dos eventos pode variar entre os Evangelhos, mas o ponto principal é que Jesus realizou ambas as ações: curar o leproso e visitar a casa de Pedro e André. A diferença na ordem é mais uma questão de ênfase e estilo de narrativa do que uma contradição real. O objetivo principal dos Evangelhos é transmitir os ensinamentos e a mensagem de Jesus Cristo, e os detalhes cronológicos podem não ser tão enfatizados quanto os aspectos espirituais e os ensinamentos transmitidos por Ele. Portanto, a solução para essa aparente contradição está em reconhecer que os Evangelhos podem destacar eventos fora de ordem cronológica para enfatizar suas mensagens espirituais.



46. O Diabo levou Jesus primeiro ao topo do templo e depois para um lugar alto para ver todos os reinos do mundo (Mateus 4:5-8).

O Diabo levou Jesus primeiro para o lugar alto e depois para o topo do templo (Lucas 4:5-9).


Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles

Mateus 4:5‭-‬8 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.4.5-8.ARA

E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.

Lucas 4:5‭-‬8 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.4.5-8.ARA


A aparente discrepância na ordem das tentações entre Mateus e Lucas pode ser resolvida considerando que os autores dos Evangelhos tinham objetivos e estilos narrativos ligeiramente diferentes. Ambos os Evangelhos concordam quanto às tentações que Jesus enfrentou e as respostas que Ele deu. No entanto, a diferença na ordem pode ser explicada da seguinte maneira:

Mateus pode ter organizado as tentações de maneira cronológica, ou seja, na ordem em que ocorreram. Ele usa as palavras "então" e "ainda" para sugerir uma sequência cronológica.

Lucas, por outro lado, pode ter organizado as tentações de acordo com um esquema literário, enfatizando clímax. Ele não usa palavras que indiquem uma ordem cronológica rígida, como "então". Em vez disso, ele pode ter escolhido a ordem que mais enfatizava o ponto que desejava destacar em sua narrativa.

Portanto, as diferenças na ordem das tentações entre Mateus e Lucas não representam um erro, mas refletem as escolhas literárias dos autores para enfatizar diferentes aspectos da tentação de Jesus. Ambos os relatos ainda comunicam a mesma verdade essencial: Jesus enfrentou e venceu as tentações do Diabo.



47. Quem crê no filho de Deus tem vida eterna (João 3:36).

Quem ama a Deus e ao seu próximo tem vida eterna (Lucas 10:25-28).

Quem guarda os 10 mandamentos tem vida eterna (Mateus 19:16-17).

Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.

João 3:36 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/jhn.3.36.ARA

E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.

Lucas 10:25‭-‬28 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.10.25-28.ARA

E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.

Mateus 19:16‭-‬17 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.19.16-17.ARA


De fato, esses versículos não são contraditórios, mas enfatizam diferentes aspectos da obtenção da vida eterna:

João 3:36: Este versículo destaca a importância da fé em Jesus Cristo como o caminho para a vida eterna. Crer no Filho de Deus é a base da salvação.

Lucas 10:25-28: Nesse trecho, Jesus está respondendo à pergunta de um intérprete da Lei sobre como herdar a vida eterna. Jesus resume os dois maiores mandamentos: amar a Deus com todo o coração e amar o próximo como a si mesmo. Isso realça a importância do amor a Deus e ao próximo como evidência de uma vida que busca a vida eterna.

Mateus 19:16-17: Aqui, Jesus responde a um jovem rico que pergunta o que fazer para alcançar a vida eterna. Jesus menciona a obediência aos mandamentos como uma parte disso, destacando a necessidade de uma vida moralmente justa.

Esses versículos não contradizem um ao outro, mas, juntos, oferecem uma visão completa do que é necessário para a vida eterna. A fé em Jesus é o ponto central, mas essa fé deve manifestar-se em amor a Deus e ao próximo e refletir-se em uma vida de obediência aos princípios morais e aos mandamentos divinos. Cada versículo aborda um aspecto desses requisitos, contribuindo para uma compreensão mais completa do que significa herdar a vida eterna.



48. O sermão conteve 9 beatitudes (Mateus 5:3-11).

O sermão conteve 4 beatitudes (Lucas 6:20-22).

Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.

Mateus 5:3‭-‬11 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.5.3-11.ARA

Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem.

Lucas 6:20‭-‬22 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.6.20-22.ARA


Essa aparente discrepância se deve ao fato de Mateus e Lucas relatarem os ensinamentos de Jesus de maneira ligeiramente diferente. Em Mateus 5:3-11, encontramos um discurso mais longo conhecido como "As Bem-Aventuranças," que contém nove declarações de bem-aventuranças. No entanto, em Lucas 6:20-22, encontramos um resumo mais breve das bem-aventuranças, com apenas quatro declarações.

Isso não representa uma contradição, mas uma questão de ênfase e contexto. Jesus pode ter ensinado esses princípios em diferentes ocasiões e da forma que melhor se adequava aos seus ouvintes e ao momento. Mesmo se não for o caso, não há contradição. Lucas não diz que foram apenas quatro beatitudes. Pode ser que Mateus tenha feito um relato mais completo. Nenhum dos dois errou.

A essência das bem-aventuranças é a mesma em ambos os relatos: elas destacam as características e atitudes abençoadas por Deus, como humildade, mansidão, fome de justiça e misericórdia. Portanto, não há contradição real, mas uma variação na apresentação desses ensinamentos nos Evangelhos de Mateus e Lucas.



49. Jesus adquiriu Mateus como discípulo depois de acalmar a tempestade (Mateus 8:26).

Jesus adquiriu Mateus (Levi) como discípulo antes de ter acalmado a tempestade (Marcos 2:14, 4:39)

Obs: O contexto identifica Levi como outro nome para Mateus. Compare [Mateus 9:9-17] com [Marcos 2:14-22] e com [Lucas 5:27-39].


Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança.

Mateus 8:26 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.8.26.ARA

Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.

Mateus 9:9 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.9.9.ARA

Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.

Marcos 2:14 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mrk.2.14.ARA

E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança.

Marcos 4:39 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mrk.4.39.ARA


A aparente discrepância nos relatos sobre quando Jesus adquiriu Mateus como discípulo pode ser explicada considerando a possibilidade de que Mateus (também conhecido como Levi) tenha sido chamado por Jesus duas vezes, em momentos diferentes. Vamos analisar os eventos:

Em Marcos 2:14, lemos que Jesus chamou Levi (Mateus) enquanto ele estava na coletoria, antes de acalmar a tempestade. Isso sugere que ele o chamou para segui-lo antes do evento da tempestade.

Em Mateus 9:9, também vemos um relato de Jesus chamando Mateus enquanto ele estava na coletoria. Isso parece ser uma repetição do mesmo evento relatado em Marcos, onde Jesus inicialmente chamou Mateus para ser Seu discípulo.

Portanto, é possível que Jesus tenha chamado Mateus para segui-lo duas vezes, e esses eventos tenham sido registrados em diferentes Evangelhos. Isso não é incomum nos Evangelhos, onde às vezes detalhes são repetidos ou apresentados de maneira ligeiramente diferente, mas a essência do chamado de Mateus como discípulo permanece a mesma. Portanto, não há contradição real entre esses relatos, apenas uma possível variação na narrativa dos eventos.

Também é possível que os evangelistas não tenham registrado os eventos em ordem cronológica precisa. Os Evangelhos não são meros relatos cronológicos dos eventos da vida de Jesus, mas sim narrativas que enfatizam diferentes aspectos e lições espirituais. Portanto, os autores dos Evangelhos podem ter organizado os eventos de acordo com temas, propósitos ou ênfases específicas, em vez de estritamente seguir uma ordem cronológica.

Dessa forma, variações na ordem dos eventos, como o chamado de Mateus (Levi) como discípulo, podem ser explicadas pela intenção dos evangelistas de destacar certos ensinamentos ou situações, em vez de registrar uma sequência estritamente cronológica. Isso é algo comum na composição de narrativas históricas e não necessariamente implica contradição nos relatos. Portanto, considerar que a ordem dos eventos não é necessariamente cronológica é uma abordagem válida para resolver aparentes discrepâncias nos relatos dos Evangelhos.



50. O centurião se aproximou de Jesus e pediu ajuda para um criado doente (Mateus 8:5-7).

O centurião não se aproximou de Jesus. Ele enviou amigos e os anciões dos judeus (Lucas 7:2-3,6-7).


Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.

Mateus 8:5‭-‬7 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.8.5-7.ARA

E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo. Estes, chegando-se a Jesus, com instância lhe suplicaram, dizendo: Ele é digno de que lhe faças isto; porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado.

Lucas 7:2‭-‬7 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.7.2-7.ARA


Ambos os evangelistas estão relatando o mesmo evento, mas com ênfases diferentes.

Na cultura da época, era comum que um representante agisse em nome de seu superior de forma que suas palavras e ações fossem consideradas como se fossem as do superior. Portanto, quando Mateus menciona que o centurião se aproximou de Jesus e pediu ajuda, ele está enfatizando a essência do pedido, não necessariamente os detalhes da interação. Em contraste, Lucas detalha que o centurião enviou amigos e os anciãos dos judeus para falar em seu nome, o que também era uma prática aceitável.

Ambos os relatos estão em harmonia quando se compreende que o centurião enviou representantes para falar com Jesus em seu nome, e suas palavras e ações foram tratadas como se fossem dele. Portanto, não há uma contradição real entre esses relatos.



51. Jairo pediu a Jesus que ajudasse a sua filha, que estava morrendo (Lucas 8:41-42).

Ele pediu para que Jesus salvasse a filha dele que já havia morrido (Mateus 9:18).


Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam.

Lucas 8:41‭-‬42 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.8.41-42.ARA

Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou e disse: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.

Mateus 9:18 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.9.18.ARA


Marcos narra esse evento de forma mais completa (Mc 5:21-43). Os relatos da morte da filha de Jairo nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas apresentam algumas diferenças notáveis. Para entender essas diferenças, é essencial considerar a prática comum de condensação textual na antiguidade, onde os autores frequentemente resumiam eventos complexos em narrativas concisas.

No Evangelho de Marcos, encontramos um relato detalhado e tripartite do evento. Ele descreve (1) o chamado inicial de Jairo para Jesus ir à sua casa antes que a menina morra, (2) a demora enquanto Jesus cura a mulher com hemorragia e (3) a chegada de Jesus após a morte da menina e sua subsequente ressurreição (Marcos 5:21-43).

Mateus, conhecido por seu estilo conciso, abrevia drasticamente o relato de Marcos. Ele omite o chamado inicial de Jairo e faz com que, na primeira etapa, Jairo declare que sua filha acabou de falecer. Essa condensação pode ser explicada pela tendência de Mateus de abreviar suas histórias sobre Jesus, enfocando o resultado principal: a ressurreição da filha de Jairo.

Agora, ao introduzir o relato de Lucas, vemos que ele mantém a ênfase na ressurreição da filha de Jairo, mas oferece uma visão adicional. Lucas inclui o chamado inicial de Jairo a Jesus, onde ele pede ajuda antes que sua filha morra. Portanto, Lucas preenche o que Mateus havia omitido, tornando a narrativa mais completa.

Portanto, à luz da prática comum de condensação textual na antiguidade, podemos entender as diferenças entre os relatos dos Evangelhos. Mateus e Lucas não contradizem Marcos, mas complementam sua narrativa, cada um enfocando diferentes aspectos do evento. Essas diferenças não afetam a doutrina da inerrância, pois a intenção original das Escrituras deve ser o critério principal na avaliação da harmonia entre os Evangelhos. O relato de Lucas, nesse caso, fornece uma perspectiva mais completa do evento.



52. Jesus disse aos seus discípulos que deveriam andar calçados com sandálias (Marcos 6:8).

Jesus lhes disse que não deveriam andar descalços (Mateus 10:10).


Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro; que fossem calçados de sandálias e não usassem duas túnicas.

Marcos 6:8‭-‬9 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mrk.6.8-9.ARA

Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.

Mateus 10:8‭-‬10 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.10.8-10.ARA


A suposta contradição entre Marcos 6:8 e Mateus 10:10 é esclarecida quando observamos cuidadosamente o contexto e as palavras de Jesus. Não há uma contradição real, pois o relato de Marcos declara que os discípulos não deveriam levar nada, exceto um bordão, e que fossem calçados de sandálias. Já o relato de Mateus afirma que eles não deveriam se prover de um novo bordão e novas sandálias. Não há discrepância entre esses dois textos. O relato de Marcos diz que eles poderiam levar o bordão e as sandálias que eles tinham, ao passo que o de Mateus diz que eles não deveriam levar um bordão, nem sandálias, nem uma túnica a mais.

Em Marcos 6:8-9, Jesus disse aos discípulos para não levarem "pão, nem alforje, nem dinheiro," mas Ele permitiu que eles fossem "calçados de sandálias" e com um "bordão." Aqui, a ênfase está na simplicidade e na dependência de Deus para suprir suas necessidades básicas.

Em Mateus 10:10, a ênfase é na mesma direção, mas a linguagem é um pouco diferente. Jesus disse para não se "proverem de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão." A ideia é que os discípulos não devem carregar excessos e confiar em seus próprios recursos.

Portanto, não há contradição entre esses versículos. Em ambos os casos, Jesus estava ensinando seus discípulos a confiar em Deus e a não depender de seus próprios recursos materiais enquanto realizavam sua missão. A diferença nas palavras utilizadas é uma questão de ênfase, não de contradição.



53. Deus confiou o julgamento a Jesus (João 5:22) (João 5:27,30 8:26) (II Coríntios 5:10) (Atos 10:42).

Jesus, porém, disse que não julga ninguém (João 8:15,12:47).

Os santos hão de julgar o mundo (I Coríntios 6:2).


Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo. E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do Homem. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação. Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo, e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou.

João 5:26‭-‬30 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/jhn.5.26-30.ARC

Disseram-lhe, pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: Isso mesmo que já desde o princípio vos disse. Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo. Mas não entenderam que ele lhes falava do Pai.

João 8:25‭-‬27 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/jhn.8.25-27.ARC

Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.

2Coríntios 5:10 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/2co.5.10.ARC

Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem. E, falando com ele, entrou e achou muitos que ali se haviam ajuntado. E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo. (...) E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo. A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos), (...) A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos. E nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos.

Atos 10:26‭-‬28‭, ‬34‭-‬36‭, ‬40‭-‬42 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/act.10.26-42.ARC

Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro. Respondeu Jesus e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim e para onde vou; mas vós não sabeis de onde vim, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo. E, se, na verdade, julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai, que me enviou.

João 8:12‭-‬16 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/jhn.8.12-16.ARC

Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. E, se alguém ouvir as minhas palavras e não crer, eu não o julgo, porque eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia.

João 12:46‭-‬48 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/jhn.12.46-48.ARC

Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos e não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?

1Coríntios 6:1‭-‬3 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/1co.6.1-3.ARC


A aparente contradição relacionada ao julgamento pode ser explicada considerando o contexto completo das passagens mencionadas.

Em João 5:22, 5:27, 5:30, Jesus afirma que o Pai lhe deu o poder de exercer o juízo. No entanto, Ele também enfatiza que Ele julga de acordo com a vontade do Pai. Portanto, Jesus está desempenhando um papel no julgamento, mas esse julgamento está em alinhamento com a vontade do Pai.

Em João 8:12, 8:15, 12:47, Jesus fala sobre como Ele não julga ninguém por si mesmo, mas, sim, está focado em sua missão de salvar o mundo. Nesses versículos, Ele está se referindo a julgamento no sentido de condenação. Ele veio para oferecer salvação, não para condenar as pessoas. No entanto, Ele menciona que Sua palavra será um julgamento para aqueles que a rejeitarem no último dia.

Em 1 Coríntios 6:2, 6:3, Paulo fala sobre os santos julgando o mundo e até mesmo os anjos. Isso se refere ao julgamento no sentido de participar do governo do reino de Deus. Os crentes serão envolvidos no processo de julgar questões entre si e, eventualmente, participarão do julgamento final. No entanto, isso não entra em contradição com o papel de Jesus como Juiz, pois é um julgamento em diferentes contextos.

Portanto, não há contradição real nas passagens mencionadas. Jesus tem um papel no julgamento, alinhado com a vontade do Pai, e Sua vinda ao mundo tem como objetivo principal a salvação, embora Sua palavra também seja um critério de julgamento para aqueles que a rejeitam. Além disso, os crentes participarão do julgamento em um contexto diferente no governo do reino de Deus. Cada uma dessas afirmações se encaixa em seu próprio contexto e significado.



54. A transfiguração de Jesus ocorreu 6 dias após a sua profecia (Mateus 17:1-2).

A transfiguração ocorreu 8 dias após (Lucas 9:28-29).

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.

Mateus 17:1‭-‬2 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mat.17.1-2.ARC

E aconteceu que, quase oito dias depois dessas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago e subiu ao monte a orar. E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes.

Lucas 9:28‭-‬29 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/luk.9.28-29.ARC


A aparente discrepância entre os relatos de Mateus e Lucas sobre a transfiguração de Jesus pode ser explicada pela forma como os autores registraram o evento.

Mateus afirma que a transfiguração ocorreu "seis dias depois" (Mateus 17:1). Ele está contando a partir do evento anterior mencionado em Mateus 16:28, quando Jesus disse que alguns de seus discípulos não provariam a morte até que vissem o Filho do Homem vindo em seu reino. Portanto, Mateus está se referindo a um intervalo de seis dias desde aquele anúncio.

Lucas, por sua vez, afirma que a transfiguração aconteceu "quase oito dias depois" (Lucas 9:28). Ele está usando uma aproximação do período de tempo e não está necessariamente contradizendo Mateus. Lucas pode estar incluindo os dias inicial e final no cálculo ou simplesmente enfatizando que quase uma semana se passou.

Portanto, ambas as declarações podem ser harmonizadas se considerarmos que Mateus está contando exatamente seis dias a partir do anúncio de Jesus, enquanto Lucas usa uma expressão aproximada, indicando que quase oito dias se passaram. Essa diferença não representa uma contradição substancial nos eventos, mas uma questão de ênfase e cálculo dos dias. Ambos os evangelistas estão descrevendo a mesma transfiguração de Jesus.



55. A mãe de Tiago e João pediu a Jesus para que eles se assentassem ao seu lado no reino (Mateus 20:20-21).

Tiago e João fizeram o pedido, ao invés de sua mãe (Marcos 10:35-37).

Então, se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e fazendo-lhe um pedido. E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu Reino.

Mateus 20:20‭-‬21 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mat.20.20-21.ARC

E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos. E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? E eles lhe disseram: Concede-nos que, na tua glória, nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda.

Marcos 10:35‭-‬37 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mrk.10.35-37.ARC


Os relatos de Mateus e Marcos podem ser harmonizados quando consideramos que tanto a mãe dos filhos de Zebedeu quanto Tiago e João estavam envolvidos no pedido feito a Jesus.

Mateus destaca a mãe fazendo o pedido inicialmente, enquanto Marcos enfatiza que Tiago e João também participaram ao dizer: "Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos" (Marcos 10:35). Portanto, podemos entender que a mãe apresentou o pedido, possivelmente em nome dos filhos, e então Tiago e João confirmaram e reforçaram o pedido ao expressar seu desejo pessoal a Jesus.

Essa explicação mostra que não há contradição real entre os dois relatos, pois ambos descrevem o mesmo evento, apenas enfatizando aspectos ligeiramente diferentes da interação.


56. Ao sair de Jericó, Jesus se encontrou com dois homens cegos (Mateus 20:29-30).

Ao sair de Jericó, Jesus se encontrou com somente um homem cego (Marcos 10:46-47).

E, saindo eles de Jericó, seguiu-o grande multidão. E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.

Mateus 20:29‭-‬30 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mat.20.29-30.ARC

Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!

Marcos 10:46‭-‬47 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mrk.10.46-47.ARC


Marcos diz que havia um cego, mas não diz que havia "apenas um" cego. Onde há dois, sempre existe um, sem exceção. Os relatos de Mateus e Marcos descrevem a mesma situação, mas eles enfocam aspectos ligeiramente diferentes da interação entre Jesus e os cegos. Não há contradição real entre esses relatos. Ambos mencionam o encontro de Jesus com os cegos à saída de Jericó.

Mateus, em seu relato, se concentra na pluralidade dos cegos, mencionando que dois deles clamaram a Jesus. Marcos, por outro lado, destaca apenas um dos cegos, Bartimeu, talvez porque ele era o que estava mais vocal e proeminente naquele momento. A ênfase de Marcos recai sobre o encontro de Bartimeu com Jesus.

Em resumo, ambos os relatos concordam que Jesus encontrou cegos ao sair de Jericó. A diferença está na quantidade de detalhes que cada evangelista escolheu destacar em seus respectivos relatos. Portanto, não há contradição real entre Mateus e Marcos nesse contexto.



57. Dois dos discípulos levaram uma jumenta e um jumentinho para Jesus da aldeia de Bethfagé (Mateus 21:2-7).

Eles levaram somente um jumentinho (Marcos 11:2-7).

Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e um jumentinho com ela; desprendei-a e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor precisa deles; e logo os enviará. Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, humilde e assentado sobre uma jumenta e sobre um jumentinho, filho de animal de carga. E, indo os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima.

Mateus 21:2‭-‬7 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mat.21.2-7.ARC

e disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltai-o e trazei-mo. E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso?, dizei-lhe que o Senhor precisa dele, e logo o deixará trazer para aqui. E foram, e encontraram o jumentinho preso fora da porta, entre dois caminhos, e o soltaram. E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, soltando o jumentinho? Eles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha mandado; e os deixaram ir. E levaram o jumentinho a Jesus e lançaram sobre ele as suas vestes, e assentou-se sobre ele.

Marcos 11:2‭-‬7 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mrk.11.2-7.ARC


Os relatos de Mateus, Marcos e Lucas descrevem a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, durante a qual Ele montou em um jumentinho. Embora haja variações na forma como cada evangelista aborda essa narrativa, não há uma contradição real entre eles.

Mateus menciona que dois dos discípulos trouxeram uma jumenta e um jumentinho para Jesus, enfatizando a presença de ambos os animais. Marcos e Lucas, por outro lado, se concentram principalmente no jumentinho, que é o animal no qual Jesus montou. Isso não implica em contradição, mas sim uma ênfase diferente nos detalhes da história.

A diferença na abordagem pode ser explicada pelo fato de que Mateus destaca a relação da narrativa com a profecia de Zacarias 9:9, que menciona a presença do jumentinho e sua mãe. Portanto, a presença da mãe do jumentinho pode ter sido importante para Mateus como um cumprimento literal da profecia.

Em resumo, os evangelistas estão descrevendo o mesmo evento, mas optam por destacar diferentes aspectos, como a presença dos dois animais (Mateus) ou a ênfase no jumentinho (Marcos e Lucas). Não há contradição real entre esses relatos.



58. Jesus amaldiçoou a árvore de figo depois de ter deixado o templo (Mateus 21:17-19).

Ele amaldiçoou a árvore antes de ter entrado no templo (Marcos 11:14-15,20)

E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia e ali passou a noite. E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome. E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.

Mateus 21:17‭-‬19 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mat.21.17-19.ARC

E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isso. E vieram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E não consentia que ninguém levasse algum vaso pelo templo. E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões. E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isso, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina. E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes.

Marcos 11:14‭-‬20 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mrk.11.14-20.ARC


Veja os comentários do próximo tópico.


59. Um dia após Jesus ter amaldiçoado a figueira, os discípulos notaram que ela havia secado (Marcos 11:14-15,20)

A figueira secou imediatamente após a maldição ser posta (Mateus 21:19).


Essas aparentes discrepâncias entre Mateus e Marcos sobre o momento em que Jesus amaldiçoou a figueira podem ser explicada por duas interpretações possíveis.

As supostas discrepâncias podem ser explicadas pela compreensão de que houve duas visitas separadas ao templo por parte de Jesus. Em Mateus 21:17-19, o relato começa com Jesus deixando o templo, passando a noite em Betânia e, na manhã seguinte, amaldiçoando a figueira que não tinha frutos. Este relato está focado na maldição da figueira e na falta de frutos quando Jesus teve fome. Em Marcos 11:14-20, a narrativa é mais detalhada. Jesus amaldiçoa a figueira antes de entrar no templo e realizar a expulsão dos vendedores e cambistas. A figueira só é notada como seca no dia seguinte, quando Jesus e Seus discípulos passam por ela novamente, após a purificação do templo. Aqui, o relato destaca tanto a maldição da figueira quanto a purificação do templo. Portanto, não há uma contradição real entre esses textos. Apenas fornecem detalhes diferentes sobre a sequência dos eventos, e a compreensão de que houve duas visitas separadas ao templo resolve a aparente discrepância.

Alguns estudiosos apontam que Mateus, ao contar o amaldiçoamento da figueira, abreviou a sequência de acontecimentos que ocorreram em dois dias em um único parágrafo contínuo que parece se referir apenas aos acontecimentos do segundo dia. No entanto, a introdução de Mateus, "cedo de manhã", não especifica qual dia ele tem em mente, e não há motivo para excluir um intervalo de tempo entre os versículos 19 e 20. Marcos não nega que a figueira começou a morrer imediatamente; ele apenas insiste em que os discípulos a viram seca só no dia seguinte. Portanto, essa interpretação também harmoniza os relatos, considerando a possibilidade de que houve um intervalo entre o amaldiçoamento da figueira e sua secagem completa.

Ambas as interpretações mostram que não há uma contradição real entre Mateus e Marcos sobre o amaldiçoamento da figueira, e ambas consideram a natureza dos relatos evangélicos que frequentemente condensam ou omitem detalhes para enfatizar os pontos principais dos eventos, sem comprometer a inerrância das Escrituras.



60. Jesus disse que Zacarias era filho de Baraquias (Mateus 23:35).

Zacarias era filho de Joiada (II Crônicas 24:20-22).

Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade, para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.

Mateus 23:34‭-‬35 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mat.23.34-35.ARC

E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do Senhor? Portanto, não prosperareis; porque deixastes o Senhor, também ele vos deixará. E eles conspiraram contra ele e o apedrejaram com pedras, por mandado do rei, no pátio da Casa do Senhor. Assim, o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O Senhor o verá e o requererá.

2Crônicas 24:20‭-‬22 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/2ch.24.20-22.ARC


A aparente discrepância entre Mateus 23:35 e 2 Crônicas 24:20-22 pode ser explicada considerando que há dois profetas chamados Zacarias nas Escrituras. Um deles é Zacarias, filho de Joiada, como mencionado em 2 Crônicas 24:20-22, e o outro é Zacarias, filho de Baraquias, mencionado por Jesus em Mateus 23:35. Aliás, há vários homens chamados Zacarias na Bíblia.

A solução para essa aparente contradição reside no fato de que Jesus estava se referindo a Zacarias, filho de Baraquias, um dos profetas menores do Antigo Testamento. Este Zacarias foi morto entre o santuário e o altar, como indicado por Jesus. Ao mencionar desde Abel até Zacarias, filho de Baraquias, Jesus estava fazendo uma referência simbólica a todo o período do Antigo Testamento, enfatizando que a culpa recairia sobre aqueles a quem Ele estava dirigindo Sua repreensão.

O outro Zacarias, filho de Joiada, mencionado em 2 Crônicas 24, viveu em um período anterior e foi morto em circunstâncias diferentes, apedrejado no pátio da Casa do Senhor por ordem do rei Joás. No entanto, esse evento não estava dentro do período que Jesus estava abordando, que era desde Abel até Zacarias, filho de Baraquias.

Portanto, não há contradição real entre esses versículos, e a aparente discrepância pode ser explicada considerando o período específico ao qual Jesus estava se referindo e a distinção entre os dois profetas chamados Zacarias nas Escrituras.



61. Jesus manda amarmos uns aos outros (João 13:34-35).

Você não pode ser um discípulo de Jesus a menos que já tenha aborrecido seus pais, seus irmãos, seus filhos ou sua esposa (Lucas 14:26).

Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

João 13:34‭-‬35 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/jhn.13.34-35.ARC

Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz. Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.

Lucas 14:25‭-‬33 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/luk.14.25-33.ARC


Os ensinamentos de Jesus em João 13:34-35 e Lucas 14:25-33 não se contradizem, mas são totalmente compatíveis quando consideramos o contexto e o propósito de cada um desses ensinamentos.

João 13:34-35: Neste trecho, Jesus enfatiza o mandamento de amar uns aos outros, destacando-o como um novo mandamento. Ele instrui Seus discípulos a se amarem mutuamente da mesma maneira que Ele os amou. Esse ensinamento está centrado na necessidade de amar os outros como expressão de fé e pertencimento à comunidade cristã. Ele destaca o amor como um distintivo dos discípulos de Jesus.

Lucas 14:25-33: Aqui, Jesus fala sobre o custo de ser Seu discípulo e segue uma linha de raciocínio diferente. Ele não está instruindo sobre relacionamentos interpessoais ou sobre amar o próximo, mas sim sobre o compromisso e a renúncia necessários para seguir a Cristo. Jesus está explicando que ser Seu discípulo requer total dedicação, até mesmo acima dos laços familiares e interesses pessoais. Ele usa a linguagem forte de "aborrecer" para ilustrar que, em comparação com o compromisso com Ele, todas as outras relações e prioridades devem parecer secundárias.

Em resumo, João 13:34-35 fala sobre o amor mútuo entre os discípulos como uma característica distintiva da comunidade cristã, enquanto Lucas 14:25-33 aborda o alto custo do discipulado e a dedicação total a Jesus. Ambos os ensinamentos são complementares, pois o amor mútuo entre os discípulos é uma parte essencial da vida cristã, mas também requer a disposição de priorizar Jesus acima de tudo, incluindo relacionamentos familiares e interesses pessoais. Portanto, esses ensinamentos não se contradizem, mas fornecem uma visão abrangente dos desafios e responsabilidades do discipulado cristão.



62. Vestiram Jesus com um manto carmesim (Mateus 27:28).

Vestiram Jesus com um manto púrpura (Marcos 25:17) (João 19:2).

E logo os soldados do governador, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda a coorte. E, despindo-o, o cobriram com uma capa escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, em sua mão direita, uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus!

Mateus 27:27‭-‬29 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mat.27.27-29.ARC

E os soldados o levaram para dentro do palácio, à sala da audiência, e convocaram toda a coorte. E vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça. E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos judeus!

Marcos 15:16‭-‬18 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/mrk.15.16-18.ARC

Pilatos, pois, tomou, então, a Jesus e o açoitou. E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram sobre a cabeça e lhe vestiram uma veste de púrpura. E diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.

João 19:1‭-‬3 ARC

https://bible.com/pt/bible/212/jhn.19.1-3.ARC


Não há uma contradição real nos relatos sobre a cor da veste colocada em Jesus, pois o carmesim e o púrpura eram cores associadas à realeza e, muitas vezes, utilizadas de maneira intercambiável ou em diferentes nuances na antiguidade. Portanto:

Mateus relata que Jesus foi coberto com um manto carmesim, enfatizando o caráter real sarcástico do evento.

Marcos menciona a vestimenta púrpura, outra cor associada à realeza, enfatizando o mesmo aspecto irônico.

João também fala sobre uma veste de púrpura, destacando a zombaria em relação à pretensa realeza de Jesus.

Em resumo, os evangelhos estão consistentes em descrever a zombaria dos soldados romanos em relação à realeza de Jesus, usando cores como carmesim e púrpura, que eram símbolos de autoridade, mas não há contradição real entre esses detalhes, pois ambos podem ter sido usados no processo de zombaria.



63. Após Pedro ter negado Jesus, o galo cantou pela segunda vez (Marcos 14:30,57-72).

O galo só cantou uma vez (Lucas 22:34,60-61) (Mateus 26:34,69-74)


Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes. (...) Mas ele [Pedro] o negou, dizendo: Não o conheço, nem compreendo o que dizes. E saiu para o alpendre. [E o galo cantou.] E a criada, vendo-o, tornou a dizer aos circunstantes: Este é um deles. Mas ele outra vez o negou. E, pouco depois, os que ali estavam disseram a Pedro: Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és galileu. Ele, porém, começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais! E logo cantou o galo pela segunda vez. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes. E, caindo em si, desatou a chorar.

Marcos 14:30‭, ‬68‭-‬72 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mrk.14.30-72.ARA

Mas Jesus lhe disse: Afirmo-te, Pedro, que, hoje, três vezes negarás que me conheces, antes que o galo cante. (...) Mas Pedro insistia: Homem, não compreendo o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo.

Lucas 22:34‭, ‬60‭-‬61 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/luk.22.34-61.ARA

Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. Ora, estava Pedro assentado fora no pátio; e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu. Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. E, saindo para o alpendre, foi ele visto por outra criada, a qual disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem. Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia. Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente.

Mateus 26:34‭, ‬69‭-‬75 ARA

https://bible.com/pt/bible/1608/mat.26.34-75.ARA


A aparente contradição nos relatos sobre o canto do galo não é uma contradição real, mas pode ser explicada considerando os seguintes pontos:

Ênfase e detalhes nos relatos: Cada evangelista (Marcos, Lucas e Mateus) escolheu enfatizar diferentes detalhes do evento da negação de Pedro. Enquanto Marcos menciona explicitamente o canto do galo, Mateus e Lucas não fazem menção explícita de um segundo canto do galo, mas também não dizem que o galo cantou apenas uma vez.

Previsão de Jesus: Todos os evangelistas concordam com a previsão de Jesus de que Pedro o negaria três vezes antes do canto do galo. Essa previsão é consistente em todos os relatos.

Manuscritos e possível erro de copista: Pode haver uma explicação adicional para a aparente discrepância. Alguns manuscritos antigos de Marcos (em Marcos 14:30,72) mencionam explicitamente o canto do galo duas vezes. No entanto, esse detalhe pode ter sido uma inserção posterior por um copista e não faz parte dos manuscritos mais antigos ou mais confiáveis. Assim, a diferença entre os relatos pode ser resultado de uma variação textual devido a um possível erro de copista.

Portanto, os evangelistas concordam que Pedro negou Jesus três vezes antes do canto do galo. A aparente contradição se deve principalmente à maneira como os detalhes foram enfocados e, possivelmente, à variação textual em alguns manuscritos de Marcos. No entanto, essa diferença não afeta a substância do relato ou a previsão de Jesus sobre a negação de Pedro.




Referências


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BIBLE HUB. "2 Corinthians 11:17 Commentary". Disponível em: https://biblehub.com/commentaries/2_corinthians/11-17.htm. Acesso em: 23 de setembro de 2023.

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ARCHER, Gleason. Enciclopédia de temas bíblicos. São Paulo: Editora Vida Nova, 2002.

GEISLER, Norman. A inerrância da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2003.

GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual popular de dúvidas, enigmas e "contradições" da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

MCDOWELL, Josh. Novas evidências que demandam um veredito. Evidência I e II. São Paulo: Hagnos, 2013.


As supostas contradições foram retiradas do link abaixo:

https://www.tediado.com.br/10/63-contradicoes-da-biblia/

2 comentários:

  1. É muita pseudagem para manter a mentira. As suas respostas não passa de uma forçação de barra, chega a ser vergonhoso o cara falar que não tem nenhuma contradição.

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    1. Caro Clecio, agradeço por compartilhar sua perspectiva. Estou genuinamente interessado em promover um diálogo construtivo e aberto sobre esse assunto. Se você discorda das soluções que apresentei para as supostas contradições na Bíblia, ficaria grato se você pudesse apresentar seus argumentos de forma mais detalhada e fundamentada.

      Entendo que possamos ter pontos de vista diferentes, mas acredito que uma discussão baseada em argumentos sólidos pode nos ajudar a compreender melhor as questões em jogo. Em vez de comentários desdenhosos, convido você a compartilhar suas preocupações específicas com as soluções que ofereci e apresentar seus próprios argumentos para sustentar sua posição.

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